São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Oscar se despede com cinco minutos de choro

EDGARD ALVES
DO ENVIADO A ATLANTA

A seleção brasileira de basquete encerra um dos capítulos mais emocionantes de sua história com a despedida do ala Oscar Daniel Bezerra Schmidt, o maior cestinha brasileiro de todos os tempos.
Oscar encerrou sua carreira na seleção na última sexta-feira. A despedida não foi como o jogador gostaria. Afinal, o Brasil perdeu para a Grécia, por 91 a 72, terminando em sexto lugar.
Na parte final do jogo, Rogério Klafke, o provável sucessor de Oscar na seleção, assumiu o posto.
Oscar foi para o banco e passou os 5 minutos e 42 segundos restantes do jogo com as lágrimas escorrendo pela face.
"É um dia muito triste para mim. Foram 20 anos de seleção, com amor, dedicação e humildade. Foi o time em que mais gostei de jogar", desabafou Oscar, após voltar do vestiário para onde havia se retirado, chorando muito.
"Ninguém é insubstituível."
Fez agradecimentos por todos que o incentivaram na carreira, desde familiares (pais e a mulher Cristina), ex-companheiros, técnicos, torcedores que um dia viram algum de seus jogos e até os críticos, que disse ter procurado sempre entender.
Oscar anunciou que se retiraria de Atlanta ontem porque tinha uma reunião importante.
"Vou me reunir com meu filho, com o Mickey e o Pato Donald", falou, esclarecendo que estava indo "brincar" na Disney, nos EUA, sua distração preferida.
Pouco antes, Oscar havia sido cumprimentado pelo pivô grego Panayotis Fassoulas, outra legenda do basquete, que também deixa a seleção do seu país. Fassoulas saiu da quadra chorando.
O ato final de Oscar na seleção marcou recordes (veja quadro).
Também teve a maior homenagem que recebeu na vida: autografou a bola com a qual fez seu milésimo ponto nas Olimpíadas e a entregou com a camiseta e calção que usou contra a Croácia para que fiquem expostos no Hall of Fame, o museu de Springfield, EUA, onde o basquete foi inventado pelo canadense James Naismith.
O serviço de som do Georgia Dome também anunciou a despedida de Oscar, o maior cestinha da história olímpica. Oscar deixa a seleção, mas não o basquete. Vai continuar defendendo o Corinthians Paulista no basquete brasileiro.
(EA)

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