São Paulo, segunda-feira, 5 de agosto de 1996 |
Próximo Texto |
Índice
Começa hoje 1º rodízio da história
ROGERIO SCHLEGEL
No ano passado, a operação foi realizada só em São Paulo, por apenas cinco dias e sem pena para quem não a respeitasse. Este ano, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que organiza o rodízio, espera retirar das ruas cerca de 20% da frota -cerca de 600 mil veículos, só na capital. A operação atinge a capital e mais nove cidades da Grande São Paulo. A cada dia útil, proíbe de circular carros com dois finais de placa -hoje, estão vetados 1 e 2, amanhã, 3 e 4, e assim por diante. A restrição só vale das 7h às 20h e vai até o final do mês. Quem for flagrado pela fiscalização rodando com o final proibido leva multa de R$ 100, que dobra na reincidência. Aprovação O paulistano aprova e diz que vai respeitar a operação, mas desconfia de seu sucesso. Pesquisa Datafolha, feita com paulistanos que têm carro, mostrou que 62% são a favor do rodízio. Quase metade dos entrevistados acredita que a restrição não será respeitada. De cada 3 paulistanos, 2 dizem que essa não é a melhor forma de combater a poluição. A aprovação é menor do que em 95, quando a operação não tinha multa e durou cinco dias. Na ocasião, 83% eram a favor. O levantamento do ano passado incluiu toda a população e não apenas os que tinham carro. Em 95, 90% afirmaram que colaborariam com o rodízio, mas só 38% em média acabaram aderindo de fato, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que organiza a operação. A intenção declarada de seguir o rodízio este ano é a mesma. Informação A aprovação ao rodízio é menor nos grupos que estão mais bem informados sobre a operação. Entre os que têm 41 anos ou mais, 56% dizem ser a favor -percentual que sobe para 71% entre os mais jovens, de 18 a 25 anos. São os mais velhos que mostram maior conhecimento sobre a obrigatoriedade do rodízio (91%) e a existência de multa (79%). No grupo dos jovens, esses índices são 85% e 46%, respectivamente. Os que usam o carro todo dia são mais contrários à restrição. Nesse grupo, 38% foram contra o rodízio, índice que cai para 22% entre os que usam carro eventualmente. A aprovação aumenta entre os de menor renda, embora muitos críticos do rodízio digam que eles serão os mais prejudicados, por ter apenas um automóvel na família. Possível explicação é o fato de haver mais pessoas que não usam carro todo dia nessa faixa. LEIA MAIS sobre o rodízio na pág. 3-3 Próximo Texto: Morador não sabe de multa Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |