São Paulo, segunda-feira, 5 de agosto de 1996
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Novos curtas fazem paródia do cotidiano

DANIELA ROCHA
DA REPORTAGEM LOCAL

A paródia é a alma do negócio nos novos curtas-metragens que serão exibidos em São Paulo a partir desta semana.
"A Alma do Negócio", de José Roberto Torero, 32, é uma paródia dos comerciais da TV. "Brevíssima História das Gentes de Santos", com roteiro de Torero e direção de André Klotzel, 42, parodia o povoamento de Santos.
Esses dois curtas, que também irão ao Festival de Gramado, e mais "Ao Vivo A Cores - Sexo e Sangue na TV", de Tadeu Knudsen, 42, terão pré-estréia amanhã, às 21h30, no Espaço Unibanco.
"Ao Vivo A Cores..." é outra paródia, feita a partir do jornal "Aqui Agora", do SBT. "As lentes do jornalismo-verdade interferem na reconstituição da realidade", afirma Knudsen.
Em seu curta, o repórter do programa vira manchete e se torna o protagonista de uma das histórias que reporta. Knudsen usa a TV como janela para o mundo.
Ele usou sobreposição de várias imagens: reais, da TV, de sombras. "Quis dividir em telas, como o 'windows'. Mostro a interferência da mídia na vida das pessoas e vice-versa", diz.
Em "A Alma do Negócio", Torero entra fundo no mundo "fake" dos comerciais de TV.
Um casal inicia seu dia com um diálogo digno de propaganda de lençol. No banheiro, conversam sobre o sabonete, a lâmina de barbear, a ducha. Na cozinha, a publicidade se torna cada vez mais agressiva, quando sai dos queijos e sucrilhos e parte para as facas, furadeiras e serras elétricas.
"Na propaganda existe também uma agressividade. Mesmo que o produto seja um lixo, o comercial tem que disfarçar para poder vender. No curta, tudo é falso, até o sorriso dos personagens.", diz.
André Klotzel realizou seu "Brevíssima História das Gentes de Santos" com patrocínio do governo da cidade de Santos.
Seu filme usa bom humor e mescla realidade e ficção para recontar a história de Santos a partir do nascimento de mais um santista: Pascoal, por acaso, descendente do fundador da vila que originou a cidade -Pascoal Duarte da Costa.
"Quis fazer uma árvore genealógica a partir de um santista que está nascendo agora. A história da cidade aparece a partir do cidadão comum", diz o cineasta, torcedor convicto do Santos Futebol Clube.

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