São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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Retirado indiciamento de 5 sem-terra

ANDRÉ MUGGIATI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O corregedor da Polícia Militar de Rondônia, Anderson Leal Marinho, retirou o indiciamento de cinco sem-terra do IPM (Inquérito Policial Militar) que apurou a morte de 12 pessoas em Corumbiara (RO), em 9 de agosto de 95.
O massacre ocorreu durante cumprimento de mandado judicial de reintegração de posse da fazenda Santa Elina. Morreram dez sem-terra e dois PMs.
Segundo o Departamento de Relações Públicas da Polícia Militar, o corregedor tomou a decisão por considerar inconstitucional o indiciamento de civis em IPM.
Os civis haviam sido indiciados sob acusação de incitar os invasores a resistir ao cumprimento da ordem de despejo.
Além deles, foram indiciados 17 policiais sob acusação de incorreção disciplinar e por homicídio.
Ministério Público
O corregedor enviou o inquérito para o Ministério Público. O inquérito está sendo analisado agora pelo promotor Fernando Ferrari.
Ferrari pode fazer novos indiciamentos, denunciar os acusados ou enviar o inquérito de volta para novas diligências.
O advogado das vítimas de Corumbiara, Ernandes Segismundo, disse considerar "insuficiente" o indiciamento dos 17 PMs. Para ele, pelo menos cem policiais foram responsáveis pelo massacre.
Ontem à tarde, a Agência Folha não encontrou o promotor na sede do Ministério Público.
Desapropriação
O Incra de Rondônia anunciou ontem que deve desapropriar, dentro de 30 dias, 6.000 hectares da fazenda Primavera, no município de Theobroma (RO).
Nessa área serão assentadas as famílias dos sobreviventes do massacre Corumbiara.
O Incra decidiu acelerar o processo de desapropriação depois da invasão de parte da fazenda por 300 trabalhadores sem terra, no último dia 21.
Na semana passada, o juiz José Torres Ferreira concedeu mandado de reintegração de posse aos proprietários da Primavera.
O Incra está negociando com os proprietários a retirada do processo na Justiça até que seja concluído o processo de desapropriação.

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