São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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Curadoria critica inclusão de um artista

DA REDAÇÃO

A comissão de cinco curadores do projeto "Antarctica Artes com a Folha" (Lisete Lagnado, Lorenzo Mammi, Nelson Brissac, Tadeu Jungle e Stella Teixeira de Barros) indicou 61 dos classificados para a mostra que se inicia no dia 27 de setembro.
O outro classificado, que completa o número de 62 artistas, foi indicado pela comissão organizadora do evento, composta por Matinas Suzuki Jr., editor-executivo da Folha; Bia Aidar, da Face Comunicações; e a consultora de artes Isabella Prata.
A indicação do artista Eli Subrack, de São Paulo, não é subscrita pela comissão de curadores. Os curadores discordaram e criticaram a inclusão do seu nome na lista, feita pela comissão organizadora do "Antarctica Artes com a Folha". Mas reconhecem que o regulamento contempla a possibilidade de a comissão organizadora indicar nomes para a mostra.
Segundo Matinas Suzuki Jr., 41, "a prospecção e a escolha da curadoria foram as mais acuradas e corretas possíveis. O nível artístico da mostra já está garantido antecipadamente graças ao trabalho dos cinco curadores, que continuará na montagem da exposição".
Ele diz que o trabalho do artista em questão, embora não entrasse na seleção final da curadoria, foi encontrado por um dos curadores, portanto não caracterizando a indicação de um nome externo ao trabalho de pesquisa e mapeamento realizado pela curadoria.
"Nós, da comissão organizadora, em nenhum momento discutimos os critérios estéticos e artísticos dos curadores. Julgamos que deveríamos recorrer ao nosso direito de indicação porque o artista levanta questões temáticas urbanas atuais, que acreditamos representar um segmento do público jovem que tinha o direito de estar na mostra".
Suzuki Jr. afirma ainda que um dos pontos mais originais do projeto foi justamente o de valorizar o trabalho dos curadores. "Procuramos curadores jovens, que trabalharam com assistentes jovens. Optamos por levar o olhar desses curadores pelo Brasil e por não adotar uma atitude passiva. Optamos também pelo caminho mais difícil, que é o da curadoria múltipla, mas que é também o mais pluralista e democrático".
Ele diz ainda que "como o espírito do 'Antarctica Artes com a Folha' é o de detectar novas tendências dos artistas jovens, é natural e até desejável que haja posições divergentes e conflitantes, que na verdade contribuirão ainda mais para a importância do projeto".

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