São Paulo, domingo, 11 de agosto de 1996
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Acusação reprova campanha

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

As manifestações, outdoors e panfletos pedindo a condenação dos acusados pelo assassinato de Daniella Perez não estão sendo bem vistas pelos encarregados da acusação.
Os promotores do 2º Tribunal do Júri, José Muiñoz Piñeiro Filho e Maurício Assayag, e o advogado Arthur Lavigne, contratado pela família Perez para ser assistente de acusação, acham que a campanha pode ser entendida pelos jurados como uma forma de pressão.
Na análise dos promotores e de Lavigne, ao se sentirem pressionados os jurados poderão decidir de modo favorável a Guilherme de Pádua e Paula Thomaz.
Homenagem
Lavigne disse à Folha que entende a campanha como uma homenagem à novelista Glória Perez -mãe de Daniella- praticada por amigas que, como ela, foram vítimas de atos de violência.
"Na verdade, quando ouvi falar em outdoors não entendi de que maneira isso poderia ajudar na acusação", afirmou o advogado.
Os responsáveis pela acusação não atacam diretamente a campanha de mobilização proposta por entidades como a Associação das Famílias Vítimas da Violência e o Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes.
Influência
O discurso oficial dos encarregados da acusação é de que a campanha não vai exercer influência sobre os jurados.
"Os panfletos não modificarão nada. Essas entidades têm propósitos nobres, lutam sempre com muita dificuldade. São nesses momentos que elas encontram a oportunidade de pregar contra a violência", disse Lavigne.
Para não dar à defesa chance de reclamar contra pressões, artistas que eram amigos de Daniella e da própria Glória Perez têm se mantido afastados das manifestações nos dias que antecedem o julgamento do caso.
(ST)

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