São Paulo, domingo, 11 de agosto de 1996
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Circo abandona o caráter mambembe

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem nunca pensou em fugir com o circo, andando pelo mundo numa carroça enfeitada, seguida por palhaços e malabaristas? Resposta: muita gente.
O trabalho do artista circense deixou de ser fechado, restrito a meia dúzia de famílias que fazem do ofício um trabalho hereditário.
Com o surgimento de várias escolas, o ofício perdeu o caráter mambembe (grupo que vai a várias cidades) e se profissionalizou.
"A idéia de que é preciso nascer no circo já acabou", diz Meire Nestor, 37, artista e produtora do Circo Escola Picadeiro, de São Paulo. "Fica menos estressante do que viajar por aí."
Encaminhamento
As escolas encaminham o aluno para o mercado. "Enviamos para trabalhar e participar de festivais, até no exterior", afirma Meire. Para ter aulas no Picadeiro, é preciso pagar R$ 45 de matrícula e R$ 66 mensais por duas aulas semanais.
Não há limite de idade -há artistas de 64 anos em plena atividade. É possível começar cedo.
"Aceitamos a partir dos quatro anos", diz Kiko Caldas, 27, um dos donos do Acrobático Fratelli, que no fim do mês promoverá workshop com acrobatas franceses.
"Hoje é possível ganhar bem em eventos. Publicidade paga ainda mais", afirma Caldas. Segundo ele, o cachê para um único evento varia entre R$ 100 e R$ 1.000. O Fratelli cobra R$ 120 mensais.
"Já usei artistas até em inauguração de loja de informática", diz o produtor cultural Luiz Delfino, 34, diretor da Out Produções, que também cadastra artistas.

Onde encontrar - Circo Escola Picadeiro: (011) 829-1442 e 829-4951; Acrobático Fratelli: (011) 820-1443; Out Produções: (011) 62-5317.

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