São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996 |
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Reage, esporte
JUCA KFOURI O futebol está na situação em que está, cada vez mais exportador de pé-de-obra. Não é para menos. A rodada deste meio de semana do campeonato da CBF reuniu menos de 14 mil pagantes em 6 jogos.De arbitrariedade em arbitrariedade, um técnico derrotado até pelo Japão se dá ao luxo de manter Romário fora da seleção e de achar que Sérgio Manoel possa ser a solução. Não é não. Exportar é que é a solução, sabe-se há anos. Ou, então, quem sabe se o simpósio promovido pela CBF, e que, convenientemente, será aberto com um coquetel neste domingo, não decidirá fazer as reformas óbvias que o futebol brasileiro necessita? Reformas que urgem, dado o grau de endividamento dos nossos principais clubes, vítimas e réus de uma situação que não querem, de fato, mudar. Sempre resta uma esperança, embora os participantes do convescote sejam exatamente os cartolas que infelicitam nosso futebol não é de hoje, devidamente acompanhados pelo interesseiro puxa-saquismo de plantão de parte de nossa imprensa. Ou não é engraçado que alguém como o tal do Gilberto Coelho, diretor sei lá do quê da CBF há uma eternidade, fale em moralizar o Campeonato Brasileiro? Então ele concorda que vem participando de uma imoralidade? Mas nem só o futebol vive de autoritarismos, desmandos e corrupção. Outros esportes começam a ensaiar seu coro de descontentes e já não era sem tempo. O basquete denuncia a incompetência da Confederação, os patrocinadores do vôlei aumentam o tom de seus protestos por terem suas atletas mais tempo na seleção do que nos clubes que mantêm e por aí afora. Vale repetir que o modelo está errado. E que, até que se implante um profissionalismo aberto e transparente, a estrutura esportiva do país continuará a ser lucrativa apenas para alguns poucos e conhecidos tiranetes. A maioria composta por incompetentes, outros até capazes, da turma dos que roubam mas fazem. Todos clamando por subsídios, por incentivos fiscais imorais e inúteis -posto que nunca chegam ao seu destino, eis aí os bingos só para se ter mais uma prova recente. O esporte também precisa reagir. Os atletas brasileiros já deram inúmeras demonstrações do que são capazes. Chega de aproveitadores! Texto Anterior: A redenção ferrarista; Rosset no Japão; Gualter na Patrick Próximo Texto: Santos pós-Giovanni prevê correria na estréia hoje Índice |
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