São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996
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Mais dez são sequestrados na Colômbia

Brasileiros continuam reféns

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

e da Redação
Dois alemães e oito colombianos foram sequestrados ontem no norte da Colômbia. Há três dias, os engenheiros brasileiros Demétrio Mendonça Duarte e Eduardo Resende da Costa foram levados por desconhecidos na estrada que liga Bogotá a Villavicencio.
Ontem, a alemã Brigitte Newesial, 40, e seu filho Cristopher, 5, foram tirados de dentro de sua fazenda por homens armados nas proximidades de Rionegro, no noroeste do país.
Com os dois alemães, também foram sequestrados a empregada doméstica Ninfa Lopera e o motorista Manuel Cardona, os dois colombianos.
A polícia colombiana ainda não conhece os autores do sequestro, mas suspeita de milícias urbanas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Eles teriam sido levados para as montanhas da região.
As Farc são também suspeitas do sequestro dos dois brasileiros, que trabalhavam em uma obra da construtora Andrade Gutierrez.
A região é um reduto da Frente 51 (a divisão básica da guerrilha) das Farc.
A polícia colombiana diz que continua investigando o paradeiro dos brasileiros, mas ontem recusou-se a fornecer qualquer nova informação, alegando razões de segurança.
A Andrade Gutierrez disse que também não teve novas informações ontem. Os sequestradores ainda não fizeram contato.
Segundo Elvira Aparicio, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, agentes do Ministério da Defesa estão consultando informantes em vilarejos dos arredores do local em que os engenheiros foram sequestrados.
Ela disse que, em casos como esses, os sequestradores não costumam matar os reféns, mas as negociações podem durar meses.
Dois militares, um policial e seis guerrilheiros morreram ontem em enfrentamentos armados no norte da Colômbia.
No porto de Barranquilla, três guerrilheiros e um policial morreram no ataque a dois Centros de Atenção Imediata da Polícia Metropolitana.
Nas imediações do município de Sardinata, próximo à fronteira com a Venezuela, três guerrilheiros das Farc, um tenente e um soldado do Exército morreram em enfrentamentos armados na madrugada de ontem.
Plantadores de coca
A manifestação dos camponeses que plantam coca cresceu ontem com a adesão de várias pessoas nos Departamentos (Estados) de Putumayo, Guaviare e Caquetá.
Cerca de 120 mil camponeses estão parados exigindo que o governo colombiano desista de destruir as plantações ilegais de coca.
A medida do governo pretende reduzir a produção da cocaína no país. Cerca de 75 mil camponeses querem levar o protesto para a capital do Departamento de Caquetá (sul), Florencia.

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