São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996
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Pesquisas estimulam 'guerra de caciques'

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O súbito crescimento nas pesquisas do candidato do PFL à Prefeitura do Rio, Luiz Paulo Conde -que foi impulsionado pelo prestígio do prefeito Cesar Maia-, transformou a campanha em uma "guerra" de caciques e obras.
O primeiro a se beneficiar da mudança, depois do próprio Conde, foi Maia, padrinho da candidatura, agora solicitado a pedir votos para candidatos pefelistas em outros municípios e até Estados.
Recentemente desbancado da condição de favorito na disputa, o PSDB trouxe para a campanha o governador Marcello Alencar, para atacar Maia -um ex-aliado na campanha de 1992, que virou desafeto- e pedir votos para Sérgio Cabral Filho.
Na tentativa de frear o crescimento de Conde, cuja ascensão é atribuída à grande quantidade de obras da prefeitura ainda em andamento na cidade, Alencar quer usar a mesma arma do prefeito.
Ontem, no morro do Campinho (zona oeste), Alencar inaugurou a primeira fase do Prosanear, para saneamento básico em 53 favelas.
Nas próximas três semanas, inaugurará obras do programa nos morros do Tirol, Fubá e Urubu.
"O governo faz 'mea culpa' e assume ter cometido o erro político de não estar presente na campanha eleitoral", afirmou o governador.
Alencar disse querer mostrar que faz obras necessárias, enquanto Maia faz obras supérfluas.
"Não entendo isto: já existia o poste, já existia a luz, ele (Maia) só fez entortar", afirmou.
Uma das críticas mais frequentes ao projeto Rio-Cidade (de reforma urbanística em 17 bairros) é o uso, em alguns locais, de postes inclinados, substituindo a iluminação anterior. Para Alencar, Maia "destrói e refaz calçadas".
No PDT, a estratégia de manter Leonel Brizola fora da campanha -que vinha sendo usada para tentar evitar que o candidato do partido, Miro Teixeira, absorvesse o desgaste do ex-governador junto ao eleitorado- foi abandonada.
Brizola participou de uma atividade de rua com Teixeira, na última sexta-feira, e gravou participação para o programa de TV.
Segundo a estratégia traçada, Brizola criticará o governo federal e Teixeira atacará Cesar Maia.

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