São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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Obra é como Plano Real, diz Conde

Candidato de Maia subiu 20 pontos

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O homem que ameaça virar fenômeno eleitoral no Rio -o candidato do PFL à Prefeitura do Rio, Luiz Paulo Conde, 61- jamais disputou um cargo público eletivo na vida.
Na pesquisa Datafolha realizada em 9 de julho, Conde tinha 4% das intenções de voto e estava em quarto lugar.
Com o início do horário eleitoral gratuito, cresceu 20 pontos e passou para o segundo lugar, estando a cinco pontos de Sergio Cabral Filho (PSDB), conforme pesquisa de 13 de agosto.
Ex-secretário de Urbanismo do prefeito César Maia, Conde é arquiteto formado pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil e foi presidente do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil).
Entre suas obras, estão o campus da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
Nos anos 60, trabalhou em administração do antigo Estado da Guanabara que é considerada por Maia um modelo: a do udenista Carlos Lacerda.
(WT)
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Folha - A que o senhor atribui a sua súbita ascensão nas pesquisas eleitorais?
Luiz Paulo Conde - Não foi súbita. Nós já prevíamos que subiríamos, à medida que a população me identificasse com o César Maia e a realização das obras do Rio-Cidade, do Favela-Bairro, da Linha Amarela (programas de obras da prefeitura). Era natural que subisse. Fui um secretário em evidência durante o governo César Maia.
Folha - O fato de o senhor não ser um político, de não ser um homem conhecido anteriormente pelo eleitorado, ajudou?
Conde - Ajudou porque o governo César Maia tem 80% de aprovação. Sendo indicado por ele, sou um candidato da continuação. As pessoas querem a continuação dos programas que já existem.
Folha - Seu adversário, Sergio Cabral Filho, começou a criticar o Rio-Cidade. O que acha disso?
Conde - Quanto mais ele atacar as obras, será melhor para mim. O Rio-Cidade vai funcionar como o Plano Real: quem o atacou, foi derrotado. Oitenta por cento da população é favorável ao Rio-Cidade.
Nós queremos que Sergio Cabral Filho ataque o Rio-Cidade, porque vai se prejudicar.
Folha - Como o senhor recebe as críticas ao Rio-Cidade, por ter sido, supostamente, feito a preços excessivos e provocado acidentes com pessoas nas obras?
Conde - Meu pai foi atropelado no Rio há 20 anos e não havia Rio-Cidade. Todos os dias são atropeladas dezenas de pessoas no Rio, em São Paulo.
Lamentamos os acidentes, mas dizer que foram provocados pelo Rio-Cidade é uma exploração. Com o Rio-Cidade, os acidentes diminuíram, porque as pessoas saíram menos de casa.
Quando as obras estiverem prontas, os acidentes vão diminuir muito, porque haverá calçadas e sinais. Esse tipo de ataque é uma exploração boba.
Folha - Quais são seus planos agora?
Conde - Manter a discussão da cidade, mostrar o que fizemos, o que estamos fazendo e o que vamos fazer.
Folha - Onde seria o Rio-Cidade do prefeito Luiz Paulo Conde?
Conde - Nos lugares onde não foi feito ou onde as obras foram canceladas por causa de cronograma: avenida Suburbana, Vaz Lobo, Inhaúma, Irajá, Taquara. A população pede. As reclamações ocorrem onde ainda não há Rio-Cidade.

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