São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996 |
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Quércia e a volta
NELSON DE SÁ
Orestes Quércia está em campanha descerrada para o governo estadual, sem cuidar mais de falar aqui e ali da Prefeitura de São Paulo. No horário eleitoral de ontem, mostrou obras estaduais, obras em estradas, depois uma estrada pronta, fechando com uma afirmação descabida, "por isso é preciso votar nos vereadores do PMDB". Para construir estradas pelo interior. A campanha quercista, que domina o programa dos candidatos peemedebistas a vereador, é feita -abertamente- com vistas à eleição estadual, na qual Quércia é, desde já, candidato. Na presente propaganda, o que faz é iniciar a limpeza da imagem, seguindo o exemplo de Paulo Maluf, de tantas campanhas. (Com a diferença de que o prefeito era, de fato, candidato.) Assim, com relação ao Banespa, cuja insolvência é vista como obra da administração quercista, a propaganda cria um "movimento suprapartidário" e chama para um ato público diante do Palácio Bandeirantes. O efeito é transferir a nódoa do Banespa para Mário Covas, alvo maior dos ataques quercistas, ontem mesmo tratado como "um governo fraco, que não reage, um governo que não comanda!". É assim que se baralha, por repetir e repetir, uma imagem. Para tanto, para a campanha estadual que só termina em dois anos, o candidato tem até bordão, "o PMDB tem que voltar" (ver reprodução). Não, certamente não é o candidato a prefeito, desafeto de Orestes Quércia, quem "tem que voltar". * Para os atentos à imagem da pátria, a CNN mostrou longamente a campanha pela televisão no Brasil. Entre as poucas cenas selecionadas, um candidato a vereador pelado, de Curitiba, e outro que se apresenta de ponta-cabeça, no Rio. Não, não lembraram de elogiar os comerciais de Duda Mendonça. Texto Anterior: Obras aumentam popularidade de Maia Próximo Texto: Lerner "empurra" seu sócio no PR Índice |
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