São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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Uniformizadas 'acuam' Corinthians

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians evitou ontem a manifestação de torcedores organizados contra a diretoria do clube, passando a defender a volta das uniformizadas aos estádios.
Revoltada com a má campanha no Brasileiro, a Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, ameaçou invadir o Parque São Jorge para evitar a entrada dos atuais dirigentes.
Para contemporizar, a Folha apurou que a diretoria se comprometeu com a Gaviões da Fiel e a Camisa 12 a iniciar uma luta pelo retorno das uniformizadas.
As organizadas foram proibidas pela Federação Paulista de Futebol de comparecer aos estádios após briga entre são-paulinos e palmeirenses, há exato um ano, que resultou em uma morte e 101 feridos.
"O Corinthians é metade o time, metade a torcida", discursava o técnico Valdyr Espinosa. "E a nossa torcida é principalmente a Gaviões. Tomara que ela volte."
José Mansur, vice-presidente de futebol, também defendeu as organizadas. "Elas são a alegria do futebol, incendeiam os times."
O dirigente, no entanto, faz uma ressalva. "É preciso fazer uma triagem e separar os bons dos maus elementos."
Paulo Eduardo Romano, o Jamelão, presidente da Gaviões, reuniu-se à noite com Mansur para propor a contratação de um atacante e um zagueiro.
Além disso, queria explicações sobre a presença de um diretor de futebol remunerado, Wadih Coury, na equipe.
O reforço
José Mansur afirmou que deixou seu cargo de vice-presidente de futebol à disposição de Alberto Dualib, presidente do clube.
"Não sou apegado a cargo, não faço questão de continuar", disse. "O Dualib não quis minha saída porque não sou culpado."
Segundo o dirigente, o Corinthians irá contratar um jogador de nível de seleção brasileira. "Será um atacante", explicou. "Mas não faremos às pressas, sob pressão."
Viola, de acordo com Mansur, não será contratado. "O Valencia não o quis liberar."
O técnico Valdyr Espinosa justifica a fragilidade do ataque, que não marcou gol em três jogos, com a falta de entrosamento. "O Alcindo, o Tiba e o Alex Rossi chegaram faz pouco tempo."
As críticas
Tanto Mansur quanto Espinosa pediram o apoio dos torcedores.
"Os jogadores estão se esforçando. Um gol, uma vitória podem reverter a situação", disse o técnico.
"O corintiano sabe que somos uma diretoria séria, honesta, esforçada e competente", declarou Mansur. "As vaias são de meia dúzia comandados pela oposição. Não vão nos derrubar."

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