São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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Fórum quer ligas, novo Brasileiro e abre 'guerra'

DA SUCURSAL DO RIO

O 1º Fórum de Debates sobre o Futebol Brasileiro, inaugurado ontem, no Rio, transformou-se numa guerra entre dirigentes de federações estaduais e clubes que defendem mudanças no calendário e organização das competições.
O evento, promovido pela Confederação Brasileira de Futebol, não tem caráter deliberativo -são feitas proposições que podem ou não ser encampadas pela entidade.
Dividido em dez câmaras temáticas, o fórum termina amanhã, com a apresentação de relatório.
A câmara sobre organização aprovou ontem sugestões que implicariam uma reviravolta histórica no futebol brasileiro.
A primeira divisão do Campeonato Brasileiro passaria a ter 16 clubes em 1997, 8 a menos do que nesta temporada.
O rebaixamento de equipes seria feito com critérios técnico (desempenho) e financeiro (público, arrecadações), tornando praticamente impossível a queda de clubes como Corinthians e Flamengo.
Pela proposta da comissão de organização, o Campeonato Brasileiro só teria partidas nos finais de semana. A competição teria cerca de seis meses de duração. Além da primeira, haveria outras divisões.
Nos meses sem Campeonato Brasileiro, os clubes deveriam se organizar em ligas estaduais ou regionais, para organizar outras competições.
Na prática, isso significaria acabar com o controle das federações estaduais de futebol sobre os seus campeonatos. Os dirigentes estaduais se opõem à mudança.
As ligas seriam filiadas à CBF, que continuaria tomando decisões na área técnica -registro de passes de jogadores, Justiça Desportiva, arbitragem etc.
O relato sobre as decisões da câmara foi feito pelo ex-presidente do Flamengo Antônio Augusto Dunshee de Abranches, um dos integrantes -oito, no total.
Além de Dunshee, participaram, entre outros, o vice-presidente do Inter-RS, Paulo Ammorety Souza, e José Sebastião Bastos, vice-presidente da CBF (região Nordeste).
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não participou das câmaras. "Ele apoia as mudanças, mas quer respaldo dos clubes", afirmou Dunshee de Abranches.

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