São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 1996
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Jogo arriscado; Unha e carne; Hábito político; Morde e assopra; Nome imbatível; Alta estação; Causa própria; Mudança de rota; Ver para crer; Acerto final; É a globalização; Capitalismo selvagem; Saindo de cena; Sorte tucana; Continua o mesmo; Cunhado não é parente; Tempo eleitoral

Jogo arriscado
Itamar Franco acredita que será o candidato do Planalto em 98, caso naufrague a reeleição. Pensa que FHC não teria outra escolha -até para não tê-lo como candidato das "forças nacionalistas e progressistas".

Unha e carne
No raciocínio de Itamar, seu destino está atrelado ao de FHC. Se passar a reeleição, restaria disputar o governo mineiro. Sua passagem por Brasília na próxima semana será um teatro para mostrar que está forte.

Hábito político
Itamar passa mel na boca da oposição para tirar doce de FHC.

Morde e assopra
A única frente que Itamar admite integrar é contra a privatização da Vale do Rio Doce. O ex vai ao jantar com Sarney e Paes de Andrade, mas também visita o Alvorada. Para uma conversa com FHC ao pé do ouvido.

Nome imbatível
Brincadeira predileta do malufismo: o ministro Sérgio Motta (Comunicações) é o melhor candidato que o PSDB pode ter em 98, se não passar a reeleição.

Alta estação
Aberta a temporada de aliciamento para a reeleição. O próprio FHC convidou Roseana Sarney a se filiar ao PSDB. A filha de Sarney não topou. Prefere ser cacique do PFL no Maranhão a índio tucano no Planalto.

Causa própria
FHC tem na ponta da língua a resposta à denúncia de que assentou muito menos lavradores do que apregoa. O problema todo, segundo o presidente, é que o MST só considera os assentamentos dos seus filiados.

Mudança de rota
Às vésperas da reforma ministerial, Jatene (Saúde) anuncia planos para 97. Os pagamentos serão descentralizados, com os recursos sendo enviados diretamente às prefeituras.

Ver para crer
O dinheiro da Saúde para os municípios será calculado com base na população. Deixa de existir o pagamento por produção. "A Saúde não é mais um saco sem fundo. Estamos melhorando a gestão", diz Jatene.

Acerto final
Para fechar as contas de 96, Jatene está pedindo mais R$ 1,8 bi ao Tesouro, além dos R$ 1,2 bi que tomou emprestado do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). "Para gastar o mesmo do ano passado", promete.

É a globalização
A massa salarial na indústria na capital paulista caiu de R$ 52,4 mi para R$ 44,4 mi, de janeiro a maio, diz o Ministério do Trabalho. Uma das razões: os demitidos foram trocados por pessoas com salário médio menor.

Capitalismo selvagem
Os dados do Ministério do Trabalho na capital paulista mostram que a indústria demitiu 63.697 trabalhadores, cuja média salarial era de R$ 824. Foram contratadas 61.465 pessoas, com remuneração média de R$ 722.

Saindo de cena
Líder em São Paulo, Pitta abandonou ontem sua participação semanal no "Gazeta Meio-Dia", TV Gazeta. Mercadante, vice do PT, perderá seu debatedor mais frequente.

Sorte tucana
Chico Alencar, candidato do PT no Rio, abre brecha para apoiar o PSDB no 2º turno. Após dizer que vai para a disputa de 15 de novembro, avisa: "Entre PT e PFL não há conversa".

Continua o mesmo
Para Brizola, Miro Teixeira é a mais recente vítima do "cartel das pesquisas que sempre perseguiu o PDT". Pelos números dele, o candidato do partido no Rio já tem mais votos do que todos os adversários somados.

Cunhado não é parente
Tasso Jereissati (PSDB-CE) diz que não é beneficiado pela lei que permite candidatura de cunhado. Disse que brigou com o cunhado Edson Queiroz (PPB), candidato em Fortaleza.

Tempo eleitoral
Amin fez uma romaria ao BNDES e à CEF. Quer que o governo comece a liberar para as micro e pequenas empresas o financiamento prometido.

TIROTEIO
Do governador Eduardo Azeredo (MG), sobre o aumento do peso do PFL junto a FHC:
- Tá certo que é um governo de aliança. Mas sou social-democrata e não liberal. E a linha do governo tem que ser social-democrata.

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