São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 1996 |
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A bagunça nossa de todo dia
FABRIZIO RIGOUT
Elise atravessa a rua sozinha (ela já é grande) e cumprimenta o motorista. Isso não é comum. "Eles chegam com muito sono, já me acostumei a não ouvir bom-dia", diz Joaquim. A monitora Cilene fala em nome dos garotos:"Ô Joaquim, muda de estação..." Às seis e meia já tem gente comendo lanche. Paulo Garcia Neto, 7, provoca:"aqueles dois sempre fazem piquenique juntos, parecem namorados". Recebe os primeiros beliscões do dia. No ônibus dos alunos do colégio Magno, namoro é quase um palavrão. Todos acusam, ninguém assume. "Odeio criança" -dizem os mais velhos. Paulo nem liga. Para Roberto Akimoto, motorista de alunos do Logos, "os mais velhos são um pouco malcriados; alguns acham que sabem tudo". - Palmeirense chato, porco, que come caca de nariz! - E você, que joga papelzinho nas pessoas na rua? São os meninos brincando. Texto Anterior: Feira apresenta dança indígena Próximo Texto: Boneca Barbie dá nome a doença Índice |
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