São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
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Pitta sobe e pode vencer no 1º turno

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato malufista, Celso Pitta (PPB), saltou seis pontos percentuais em apenas dois dias, mostra o Datafolha. A velocidade de sua ascensão indica que a eleição para prefeito paulistano deverá ser definida ainda no primeiro turno.
A legislação eleitoral determina que será declarado vencedor o candidato que conseguir 50% mais um dos votos válidos. Em tese, Pitta precisaria tirar mais 1,5 ponto percentual da soma dos demais candidatos para que não houvesse necessidade de segundo turno.
O pepebista chegou a 43% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha realizada entre quarta e quinta-feira. Na segunda e na terça-feira da mesma semana ele tinha chegado a 37%.
Ao contrário do candidato do prefeito Paulo Maluf, seus três principais adversários mantiveram-se estáveis no período.
Luiza Erundina (PT) oscilou dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Foi de 24% para 22%.
Francisco Rossi (PDT), que caíra quatro pontos na penúltima pesquisa, estabilizou sua intenção de voto no patamar de 12%.
Candidato do PSDB, José Serra oscilou negativamente dentro da margem de erro e passou de 11% para 9%.
O acréscimo na intenção de voto de Pitta pode ter vindo das oscilações negativas de Erundina e Serra ou dos eleitores que não têm candidato. O total de indecisos e dos que pretendem votar em branco ou anular caiu de 13% para 10%.
Outro indicador de que são grandes as chances de eleição do candidato malufista já em 3 de outubro é a consistência de sua intenção de voto. Ele vem crescendo sem parar desde junho. Em dois meses, subiu 32 pontos.
A intenção de voto espontânea em Pitta também saltou cinco pontos em dois dias e já chega ao patamar de 36%.
Em tese, esse eleitor está convicto de sua opção, pois declara o nome de seu candidato sem que o entrevistador precise lhe mostrar os nomes dos prefeituráveis.
O candidato do PPB lidera em todas as faixas de renda, graus de escolaridade, entre eleitores de todas as religiões, raças, regiões de origem e faixa etária.
O principal combustível da ascensão do pepebista tem sido o programa eleitoral. Antes do início da propaganda na TV ele tinha 19% e estava em terceiro lugar. Uma semana depois, já tinha subido dez pontos e liderava a disputa.
Prova do poder da TV e do rádio na eleição é que Pitta tem 46% de intenções de voto entre os eleitores que já assistiram ao programa eleitoral e "só" 38% entre os que não viram nem ouviram a propaganda.
O debate entre os candidatos que ocorreu na rede Bandeirantes, e a edição do debate no programa eleitoral, também parecem ter beneficiado o candidato de Maluf. Ele tem 52% entre os que viram o debate e 41% entre os que não viram.
Outros fator colabora com Pitta: a rejeição ao pepebista caiu para 22%, seu patamar mais baixo desde maio.
Nesse item, a candidata petista voltou a crescer e está agora com 45% de rejeição. Os demais candidatos permaneceram com os níveis de rejeição que já tinham.
A pesquisa revelou ainda algumas curiosidades sobre o eleitorado de cada candidato. Paraibana, Erundina tem mais intenções de voto entre os nordestinos (28%) e menos entre os que nasceram no Sul (17%).
O evangélico Rossi é o segundo colocado entre os eleitores que se declaram evangélicos pentecostais (19%) e está empatado com Erundina na segunda colocação entre os não-pentecostais -ele tem 23% e ela 21%.

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