São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
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Tucano minimiza déficit no semestre

LUCAS FIGUEIREDO
DO ENVIADO ESPECIAL A SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA (AM)

O presidente Fernando Henrique Cardoso minimizou ontem o fato de a União, Estados, municípios e estatais terem registrado um déficit de R$ 12,839 bilhões no primeiro semestre deste ano.
"Essa questão de déficit é com o ministro da Fazenda (Pedro Malan). Isso não pode ser medido no dia-a-dia. É um processo", disse o presidente.
Perguntado se o déficit não compromete as metas do governo, Fernando Henrique foi otimista. "Deve estar caindo em relação ao ano passado."
FHC não quis se aprofundar no assunto. "Eu não vim aqui falar de déficit. Vim aqui para falar de superávit. Um superávit de vontade de fazer um Brasil grande, um Brasil forte para o povo", disse.
Segundo os números do déficit público, divulgados pelo Banco Central, o resultado negativo equivale a 3,57% do Produto Interno Bruto (soma dos bens e serviços produzidos no país).
Os principais fatores para esse resultado foram as altas taxas de juros e o crescimento com as despesas de pessoal.
Para piorar, em junho o governo federal pagou parte do 13º salário dos funcionalismo público.
Além disso, perdeu na Justiça o direito de receber R$ 3,4 bilhões do Comind e do Auxiliar -bancos liquidados na década passada.
Esse valor vinha sendo contabilizado para abater a dívida da União.
O descontrole das contas públicas é apontado por especialistas brasileiros e estrangeiros como uma das principais ameaças ao Plano Real.

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