São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
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Livro escrito por Pádua está proibido

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

Um ano depois de pronto para ser lançado, o livro "A História que o Brasil Desconhece", onde o ator Guilherme de Pádua conta sua versão para o assassinato de Daniella Perez, continua com sua venda proibida.
Uma liminar concedida no dia 17 de agosto de 1995 pelo juiz Roberto de Almeida Ribeiro, da 25ª Vara Cível do Rio, determinou que fosse suspensa a comercialização, doação e divulgação do livro.
"Toda tiragem exposta do livro foi apreendida, e qualquer veiculação está proibida desde então", disse o advogado Djalma Costa Lino, contratado por Glória Perez, mãe da atriz, para cuidar do caso.
Apesar da proibição, o livro foi distribuído aos 21 jurados que, a partir de quarta-feira, decidirão se Guilherme de Pádua e Paula Thomaz são culpados do crime.
"A distribuição aos jurados não deixa de ser uma forma de atingir a imagem de Daniella", disse Costa Lino. A distribuição, porém, foi autorizada por Arthur Lavigne, contratado por Glória Perez para atuar como assistente da acusação.
Procurado ontem à tarde pela Folha, ele não foi encontrado.
No pedido de liminar, os advogados de Glória Perez alegam que o livro denigre a imagem de Daniella, e que Pádua quer construir uma imagem de "santo". Eles argumentam que num dos trechos do livro Pádua sugere ter se masturbado ao pensar na atriz.
A versão de Pádua
No livro, publicado pela editora O Escriba, de Belo Horizonte, Pádua afirma que ele e Daniella tiveram um caso e que Paula, numa crise de ciúmes, matou a atriz.
Pádua afirma que em pelo menos uma ocasião os dois deixaram ao mesmo tempo os estúdios da Tycoon (na Barra, zona sul do Rio), para se encontrar num local deserto nas proximidades.
Segundo a versão do ator, Paula teria exigido acompanhar um encontro, garantindo que ficaria escondida no carro. Paula teria saído do carro e começado uma briga com Daniella. Pádua teria dado uma "gravata" na atriz.
Achando que ela estava morta, o ator teria então voltado ao carro para modificar a placa. Ao voltar, Pádua diz que viu a mulher sobre o corpo da atriz, com uma tesoura na mão direita. Em entrevista à Folha publicada anteontem, Pádua mudou sua versão, dizendo não ter visto Paula dar os golpes que mataram a atriz.

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