São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
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Erro obriga Reino Unido a reexaminar 4.000 penas

IGOR GIELOW
DE LONDRES

O governo britânico admitiu ontem ter cometidos erros no cálculo de penas de até 4.000 prisioneiros, o que pode ser o maior equívoco judiciário da história do país.
"Infelizmente, houve erro na soma de penas para prisioneiros sentenciados em diversas acusações", disse o secretário (ministro) do Interior, Michael Howard. Cabe à sua pasta coordenar as penas ditadas nas cortes britânicas.
Ainda não está claro como o erro aconteceu. Segundo o Serviço de Prisões, agência que cuida das penas, o equívoco foi notado há poucos meses -e a reavaliação dos casos vai durar até 11 de setembro.
Todos os presos afetados estão em 130 cadeias da Inglaterra e do País de Gales. Nelas, existem cerca de 48 mil prisioneiros ao todo.
Até agora, 33 detentos foram libertados -todos da cadeia de Haverigg, na Cúmbria (norte inglês).
A estimativa é que até 500 presos sejam soltos em um primeiro momento. O governo afirma que, por enquanto, não foram encontrados erros em sentenças proferidas na Escócia e na Irlanda do Norte.
O custo, além de humano, pode ser alto financeiramente. Segundo o escritório de advocacia londrino Stephens, especializado em prisões, cada preso pode pedir até 100 libras (cerca de US$ 150) por dia que passou a mais na cadeia.
Numa situação hipotética, na qual 4.000 presos tenham ficado cem dias a mais do que deviam na cadeia, a conta do processo ficaria em US$ 60 milhões para Londres.
"É inadmissível que um governo cometa um erro dessa natureza", disse Jack Straw, equivalente de Howard na oposição.
Em maio, Howard havia admitido que a máquina usada para provar que supostos terroristas manipularam bombas estava contaminada com explosivos. A revisão de 12 casos está em curso.

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