São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 1996
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Pescador quer adotar menino no PR

MÔNICA SANTANA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM GUARATUBA

O pescador João Bossi disse ontem em Guaratuba (PR) que pretende adotar o menino registrado em Manaus como Diogo Moreira, caso o resultado do exame de DNA não confirme que ele é Leandro Bossi, seu filho desaparecido em 92.
O exame deve ficar pronto no próximo dia 6. Anteontem, a Polícia Civil do Amazonas e Walmir Battú (do Bureau Internacional de Busca a Crianças Desaparecidas) disseram que o garoto não é Leandro Bossi.
O menino foi reconhecido pelo pescador como sendo seu filho e levado de Manaus para Guaratuba no começo deste mês. Bossi acredita que o resultado do exame será positivo.
"Vou aguardar o resultado do DNA. Até lá, tenho a guarda legal do menino, dada pela Justiça de Manaus e de Guaratuba. Se der negativo, peço a adoção." Bossi disse não acreditar na suspeita de que o garoto não seja Leandro.
O pescador disse que vai entrar com uma ação contra Walmir Battú quando o resultado ficar pronto, se der positivo.
Bossi está desempregado e disse que está sobrevivendo com a colaboração de amigos do balneário Nereidas, onde mora com a segunda mulher e mais dois filhos. Ele disse que vai sair de Guaratuba depois da divulgação do resultado de DNA.
Ele não admite a possibilidade de o garoto não ser Leandro. "Tem a pinta no pescoço e atrás da orelha. Ele chegou até a reconhecer seu professor no meio de outros oito", disse.
O professor a que João Bossi se referiu é Edílson Santana, que deu aulas para Leandro na primeira série na Escola Municipal Plácido e Silva. Santana não confirmou. "Eu fui até ele no dia em que chegou e perguntei se me reconhecia. Ele disse que não."
O juiz Fábio Caldas, de Guaratuba, disse que, por enquanto, o processo vai tramitar no município, até que os resultados do exame sejam divulgados.
Caso dê negativo, o juiz disse que vai estudar o que fazer. Ele confirmou que a guarda do menino está com João Bossi.
Leandro Bossi desapareceu no dia 15 de fevereiro de 1992, durante um show de Moraes Moreira na praia central de Guaratuba, litoral do Paraná.
Em julho de 92, a polícia do Paraná prendeu o pai-de-santo Osvaldo Marcineiro e seus auxiliares Davi dos Santos Soares e Vicente de Paula, acusados pela morte de outro menino, Evandro Ramos Caetano. A PM divulgou que os três haviam confessado o sequestro.

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