São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 1996
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Gigante tem pés de barro

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

"Giant" é um título original a propósito. Tudo em "Assim Caminha a Humanidade" (HBO, 17h) parece gigantesco: os espaços do Texas, o ego dos personagens principais, a saga familiar narrada pelo filme, o tempo de duração (cerca de 200 minutos).
O espectador que, vez por outra, se sentir soterrado pelo filme não tem o que estranhar. É esmagador mesmo, pela temática (a passagem do Texas da pecuária ao petróleo), pelos nomes míticos envolvidos (James Dean, Liz Taylor, Rock Hudson), pela ambição de fazer um filme de prestígio.
O vago título dado ao filme no Brasil corresponde à pretensão do filme e, até, a esse sentimento de pequenez que acomete a platéia. A música ajuda.
Mas talvez isso venha do embate do filme entre grandiosidade e intimismo. Para contar um capítulo da história texana, o filme trabalha sobre um trio de personagens cujos sentimentos deslocam-se de maneira muito discreta.
Temos, então, uma produção gigante que envolve, no fundo, personagens quase bergmanianos (ainda que à americana), embora as dilacerações tenham quase a eloquência de um Tennessee Williams.
"Assim Caminha a Humanidade" é um filme do meio-termo: às vezes apaixona; outras, o gigante mostra seus pés de barro.
(IA)

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