São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 1996 |
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Belga quer corte mundial contra pedofilia
GILBERTO DIMENSTEIN
A proposta foi apresentada pelo ministro das Relações Exteriores belga, Erich Derycke, no plenário do Congresso Mundial Contra a Exploração Sexual de Crianças, em Estocolmo, capital da Suécia. Segundo o ministro, a corte se justificaria porque o tráfico de crianças também é internacional e deve ser combatido em conjunto pelos países. A proposta reflete o clima emocional que tomou conta da Bélgica, depois da revelação de que haveria no país uma quadrilha raptando e explorando sexualmente crianças belgas. Na semana passada, foram descobertas enterradas duas meninas, sequestradas no ano passado -ambas morreram de fome, mantidas em um porão. Segundo Derycke, que é médico, a exploração sexual de crianças "é um câncer que se espalha por todos o continentes". A partir de hoje, começa a ser redigido o texto final, propondo uma agenda comum a ser desenvolvida por todos os países que, entre outras coisas, pede maior fiscalização nas fronteiras para evitar o tráfico -segundo o congresso, pelo menos 1 milhão de mulheres são traficadas anualmente, 35% menores de 18 anos. Já existem leis na Europa e nos EUA estabelecendo como crime de seus cidadãos o abuso sexual cometido em outros países. Em seu discurso também em plenário, o embaixador do Brasil na Suécia, Luiz Felipe Soares, apoiou a idéia de um esforço articulado internacionalmente. Mas defendeu que reduzir a pobreza é um dos caminhos para se diminuir a prostituição infantil. A Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) deve propor hoje, durante encontro com organismos de turismo de outros países, medidas mais severas para evitar o turismo sexual. Uma delas seria coibir propaganda que insinuasse o uso do sexo como atrativo, além de criar normas para punir as agências que promovam turismo sexual. Texto Anterior: Presidente discursa hoje em Chicago Próximo Texto: Reunião acusa até padres e tropas de paz Índice |
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