São Paulo, sábado, 31 de agosto de 1996 |
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Republicanos decidem ignorar escândalo
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O presidente Bill Clinton, candidato à reeleição, iniciou viagem de dois dias de ônibus pelo Meio-Oeste do país, e seu principal opositor, Bob Dole, falou em comícios na Califórnia, Costa Oeste. Os dois ignoraram o principal fato político da semana: a renúncia do principal estrategista eleitoral de Clinton, Dick Morris. Dole tenta mostrar superioridade não usando questão pessoal (uma prostituta disse que Morris lhe mostrava discursos de Clinton) como argumento eleitoral. Mas ele conta com a imprensa e seus assessores para levantar o tema. Num indício de que, se preciso, ele pode se valer do incidente, Dole comentou com assessores: "As pessoas que nos cercam dizem alguma coisa sobre nós, não é?". Ele interrompeu esse comentário quando um repórter de rádio se aproximou do grupo. Clinton e seu vice, Al Gore, tentam reeditar com sua mini-excursão o sucesso da semana que passaram em campanha num ônibus em 1992. Eles concentraram seus discursos ontem na defesa da política econômica do governo. Dole e seu candidato a vice, Jack Kemp, enfatizaram em seus pronunciamentos contradições entre promessas de campanha e decisões da administração Clinton. Recentes pesquisas de intenção de voto, feitas antes da renúncia de Morris e do discurso de aceitação da candidatura por Clinton, mostram o presidente com vantagem de 10 a 15 pontos percentuais. O terceiro candidato importante, Ross Perot, do Partido da Reforma, anunciou que neste domingo vai aparecer num comercial de 30 minutos na rede ABC de TV. Em 1992, quando conseguiu 19% dos votos, Perot conseguiu grande sucesso com seus programas. Há quatro anos, ele financiou sua própria campanha, com gastos estimados em US$ 70 milhões. Agora, Perot conta apenas com o dinheiro colocado à disposição dos partidos pelo governo federal, cerca de US$ 30 milhões. Ele tem aparecido nas pesquisas com 5% a 7% das preferências. Assessores de Dole e Clinton começaram a negociar os termos dos debates pela TV programados para 25 de setembro, 9 e 16 de outubro. A principal dúvida: Perot vai participar, como em 1992, ou não? Os dois principais candidatos também precisam resolver se aceitam ou não a publicidade gratuita que as redes nacionais de TV colocaram à disposição e, em caso positivo, como serão os anúncios. Texto Anterior: 'Bibi' nomeia negociadores; Arafat fala em rebelião Próximo Texto: Faltam oradores à eleição de 96 Índice |
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