São Paulo, sábado, 31 de agosto de 1996
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PUC; Fidelidade aos fatos; Lamarca; Números divergentes; Criminalidade; Moradia; Contradição

PUC
"Na qualidade de presidente da Comissão Geral de Pós-Graduação da PUC-SP, devo agradecer a ampla reportagem sobre esta universidade, em comemoração aos seus 50 anos (22/8).
Entretanto, é preciso corrigir algumas informações sobre a pós-graduação. É imprescindível que seja citada, entre as agências de fomento que apóiam esta universidade, a Capes (Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
A produção acadêmica da pós-graduação da PUC-SP deve muito de seu crescimento ao apoio intensivo da Capes, razão pela qual seu nome jamais deve ser omitido.
Cumpre, ainda, apontar que os números referentes aos cursos desta pós-graduação são: 8 dos 19 mestrados e 7 dos 12 doutorados têm conceito A na avaliação Capes/MEC, diferentemente do que foi publicado ('5 dos 19 mestrados e 5 dos 9 doutorados')."
Ursula Margarida Simon Karsch, presidente da Comissão Geral de Pós-Graduação da PUC-SP -Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia seção "Erramos" abaixo.

Fidelidade aos fatos
"A reportagem publicada pela Folha sobre a visita do candidato José Serra ao Centro Acadêmico XI de Agosto da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco não foi fiel aos acontecimentos presenciados pelos alunos no encontro.
De fato, as perguntas de alguns estudantes revelaram certo conteúdo crítico, e não poderia ser diferente, visto que, desde 1827, nossa faculdade promove o debate crítico entre os alunos e os políticos mais importantes de nossa história.
Entretanto, ao simplificar e omitir várias respostas do candidato e deixar de citar numerosas observações de estudantes, favoráveis à candidatura do senador José Serra, a reportagem não refletiu a realidade: o ótimo desempenho do candidato do PSDB José Serra no local onde o candidato do sr. Paulo Maluf não teve coragem de comparecer."
João Salles, coordenador do núcleo do PSDB na Faculdade de Direito da USP -Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Lamarca
"No artigo 'A nostalgia das ossadas' (4/8), o sr. Roberto Campos afirmou que o capitão Carlos Lamarca 'fuzilou o capitão americano Carlos Chandler, matou com uma bomba o sargento Mário Kozell Filho (...) e procedeu ao 'justiçamento' de Mário Leite Toledo, militante do Partido Comunista que resolvera arrepender-se'.
É público e notório -e a própria Folha tem publicado informações sobre o assunto, como é o caso de Márcio (e não Mário) Leite Toledo, ex-militante da ALN e não do Partido Comunista- e consta inclusive nos autos dos diversos processos referentes às citadas mortes que o capitão Carlos Lamarca não participou de nenhum desses fatos.
Nem o DOI-Codi tinha se permitido atribuir tais fatos a Carlos Lamarca."
Maria Lygia Quartim de Moraes, professora do Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp -Universidade Estadual de Campinas (São Paulo, SP)

Números divergentes
"Na edição de 16/7 a Folha publicou que houve um aumento de 75% no número de roubo a automóveis, dado fornecido pela Fenacon (Federação Nacional dos Corretores de Seguros e de Capitalização), que disse ter obtido esse número com a Divecar (Divisão de Investigação sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas), vinculada à Secretaria de Segurança Pública.
A Divecar informou ao secretário da Segurança, professor José Afonso da Silva, que não entregou nenhuma informação à Fenacon.
No dia seguinte a editoria de Cidades da Folha foi informada que o número divulgado pela Fenacon era incorreto e que o número correto coletado pela Secretaria no Estado, correspondente à variação do primeiro semestre de 1995 para 1996 em furto e roubo de veículos, é de 19,7%.
O jornal também foi informado que se compararmos o primeiro semestre de 1994 com 1996 houve uma diminuição de 2% no número de furto e roubo de veículos.
Contudo no dia 19/7 a Folha voltou a divulgar que houve um aumento de 75% no número de roubo de veículos. Reiteramos que esse número é incorreto e de fonte incerta."
Fabio Cypriano, assessor de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista André Lozano - Os dados que constam da reportagem foram fornecidos pela Divecar (Divisão de Investigações sobre Roubos e Furtos de Veículos e de Cargas) -vinculada à Secretaria da Segurança Pública- para a Federação Nacional dos Corretores de Seguros, e confirmados pela Divisão no dia anterior à publicação da reportagem.

Criminalidade
"A Folha adota uma postura de elevada envergadura social ao cobrar em editorial medidas racionais e legais para o combate à criminalidade.
Campinas tem sofrido nos últimos anos um acentuado aumento dos índices de criminalidade.
Em setembro do ano passado a Câmara desencadeou uma campanha por mais segurança para Campinas.
Desde então, as várias manifestações da comunidade resultaram em algumas tímidas e insignificantes medidas por parte da Secretaria de Segurança Pública do Estado, que, insuficientes, não alteraram o quadro da criminalidade."
Romeu Santini, presidente da Câmara Municipal de Campinas (Campinas, SP)

Moradia
"Candidatei-me à compra de um imóvel por meio da Cohab em 18/5/81. Nunca recebi nenhuma convocação para conseguir o tão sonhado imóvel.
Agora o sr. Paulo Maluf entrega vários apartamentos (Cingapura) com um custo aproximado de R$ 50 ao mês, enquanto na Cohab você só consegue algum imóvel caso desembolse R$ 5.000 de entrada e pague uma prestação de R$ 220 por mês.
Pergunto, então, se é melhor invadir terrenos da prefeitura, construir uma moradia de madeira e aguardar que algum político vá ao local e construa (prédios) e ceda para morarmos."
Antonio Lopes de Barros (São Paulo, SP)

Contradição
"Covas, na reportagem estampada na Folha do dia 8/8, se contradiz, nega a intervenção federal no Estado, acusa o Tribunal de Justiça com quem realizou acordo e, dos propalados R$ 5,5 bilhões de dívidas judiciais, as reduz a R$ 4,5 bilhões e depois as eleva a R$ 10 bilhões.
Diz que, se houver recurso, o erário não tem dinheiro e não paga 'salvo se a sua cadeira estiver pegando fogo'! Ora, governador, então, se houver fogo, de onde é que vem o dinheiro?"
Roberto Maia (Jaguariaíva, PR)

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