São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996 |
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Cineasta é cético sobre coquetel
DA REPORTAGEM LOCAL O professor de roteiro da USP e cineasta Jean-Claude Bernardet, 60, portador do vírus da Aids, é muito crítico em relação ao otimismo existente após o anúncio do efeito provocado pela associação de drogas antivirais: "Elas não têm essa capacidade milagrosa que estão divulgando. Em alguns casos, podem aumentar o apetite, eliminar coceiras, mas nada que possa justificar toda a euforia".Autor do livro "A Doença, uma Experiência", lançado em junho pela Companhia das Letras, Bernardet se trata com o coquetel, mas não percebeu nenhuma mudança radical em sua condição em decorrência dessa medicação. Ele vê interesses agindo por trás do noticiário a respeito do tema. Diz que a manchete da Folha do dia 12 de julho de 1996 ("Drogas eliminaram vírus da Aids"), durante a Conferência Mundial de Aids em Vancouver, foi enganosa, "propositalmente enganosa". Questionado a respeito de quais interesses seriam esses, declarou acreditar que "os jornalistas não existem soltos no ar". "Há laboratórios interessados em pressionar o governo a comprar esses remédios. A informação da manchete da Folha não é falsa, mas induz a erro." Texto Anterior: "Ressuscitados" se reacostumam à vida Próximo Texto: 'Vai dar para sair, comer pizza' Índice |
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