São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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Segurança vira instrumento de vendas

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A crescente preocupação da população com a violência, confirmada pelo Datafolha, já se transforma no mais novo instrumento de marketing em São Paulo.
Não que segurança privada seja produto novo no mercado, mas desde construtoras até empresas de vigilância preparam divulgação reforçando esse aspecto em seus produtos.
"Em setembro, pretendemos lançar campanha mostrando os aspectos de segurança de nossos empreendimentos, como condomínios", afirma Kleber Eduardo Ferretti Simão, 30, gerente de marketing da construtora Lider.
Simão afirma que a campanha seria direcionada para veículos de comunicação interessados em divulgar dispositivos de segurança.
É a mesma opinião de Gerson Luiz Bendilati, 38, diretor de incorporações da construtora Inpar. "O tema segurança tem sido mais abordado nos lançamentos."
Em alguns casos, a segurança se transforma no diferencial do produto. "Estamos vendendo projetos em que a segurança é um dos principais itens", afirma Odair Senra, 49, diretor de incorporações da Gafisa.
"Se continuar essa escalada, possivelmente vai chegar um momento em que faremos anúncio institucional contando o que temos de segurança", afirma Eleonora de Souza Ramos, 50, gerente de marketing de três shoppings de São Paulo.
Eleonora diz que pede aos seguranças dos shoppings West Plaza, Paulista e Plaza Sul que fiquem bastante visíveis para dar sensação de segurança aos clientes.
"Costumo dizer que os seguranças fazem parte do marketing."
Maria Elisabeth Mantovani Ribeiro, 48, gerente de marketing do shopping Ibirapuera, diz que a segurança é explorada "dentro do mix de marketing" do shopping.
"O shopping é como se fosse uma cidade. Segurança é um dos itens da administração que passam despercebidos."
Bares
Em Moema, bairro que foi palco de crimes que deram início à campanha Reage São Paulo, donos de bares e restaurantes se reuniram para contratar seguranças.
Em um dos crimes, ocorrido no bar e restaurante Bodega, duas pessoas morreram após serem baleadas por assaltantes.
Antevendo uma redução da clientela causada pelo medo de crimes do gênero, os donos de bares de uma rua do bairro se cotizaram para contratar mais segurança.
"Não tivemos redução na clientela, mas vamos contratar empresas especializadas", diz Waldigario Machado, 40, proprietário do bar Barbaru's.

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