São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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Década de 90 trouxe recessão

GILBERTO DIMENSTEIN
DO ENVIADO ESPECIAL

O trabalhador sueco tinha duas casas (uma apenas para lazer), barco a vela (uma das paixões nacionais) e, quase todos os anos, viajava ao exterior.
Se ficasse desempregado ou se aposentasse receberia praticamente o mesmo valor de seu salário; seus filhos teriam acesso a boas escolas e universidades gratuitas.
Como já tinha casa e carro e não precisava pagar médico nem dentista, não precisava se preocupar. No caso de uma doença rara exigir um especialista no exterior, receberia ajuda integral do governo.
Se o inverno provocasse depressão, um médico poderia recomendar ao paciente sueco que viajasse para algum lugar ensolarado à custa dos cofres públicos.
Todas essas conquistas conseguiram ser mantidas enquanto a taxa de desemprego era uma das mais baixos da Europa -1,7%.
Mas a década de 90 provocou recessão na Suécia que, com a globalização, passou a perder mercados.
A recessão diminuiu as receitas do governo e, ao mesmo tempo, aumentou os gastos sociais com desempregados. Empresas suecas, devido aos altos encargos, mudaram-se para outros países.
Para pagar esses gastos, os governos criaram rombos orçamentários (déficit público). O salto foi gigantesco. Até 1989, eles tinham um superávit fiscal de 5,4% do PIB.
Mas em 1993, a linha se inverte com um buraco de 13,4% do PIB. A partir de então foi montado um esquema para elevar impostos e reduzir os benefícios sociais. Com a moeda desvalorizada, as exportações começaram a se recuperar no ano passado.
(GD)

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