São Paulo, segunda-feira, 2 de setembro de 1996
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OLP ameaça declarar Estado independente

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) disse ontem que pode declarar unilateralmente um Estado palestino independente e definir a parte oriental de Jerusalém como capital caso Israel continue adiando a retomada do processo de paz.
O ameaça foi feita por Faisal Husseini, o representante da Organização para a Libertação da Palestina (que comanda a ANP) em Jerusalém, e é parte das demonstrações de impaciência dos palestinos nos últimos dias.
Husseini disse que, se Israel retomar as negociações, os palestinos não tomarão nenhuma decisão política unilateral.
A última etapa da negociação de paz visa definir, entre outras questões, o status final da ANP -por enquanto um governo autônomo que não é reconhecido como país- e a posse de Jerusalém.
Na semana passada, o líder palestino Iasser Arafat disse que a intifada (rebelião dos habitantes dos territórios ocupados contra Israel, nos anos 80) poderia recomeçar.
Houve uma greve geral e uma convocação, feita por Arafat, para uma cerimônia político-religiosa em Jerusalém -a polícia israelense acabou frustrando a reunião.
Desde que tomou posse, em junho, o premiê Binyamin Netanyahu não encontrou Arafat, pondo em dúvida o processo de paz.
Após uma semana de especulação sobre a realização do encontro, o chanceler israelense, David Levy, disse estar certo de que ela acontecerá "nos próximos dias".
Levy se encontrou ontem, em Alexandria, com o presidente egípcio, Hosni Mubarak. "Concordamos com a importância de continuar a o processo de paz em todo o Oriente Médio", disse ele, que defendeu a manutenção das colônias judaicas na Cisjordânia.
"Enfatizamos que no acordo de Oslo (entre Israel e a OLP) não há veto aos assentamentos", disse.
"A reunião não depende de datas, mas de determinados acontecimentos, que espero que amadureçam. Quando isso ocorrer, haverá a reunião", disse Netanyahu.
Escuta
Arafat acusou Israel de espionar escritórios da ANP em Gaza, uma das cidades sob seu governo. Os palestinos disseram que o equipamento de escuta telefônica estava programado para se autodestruir se fosse descoberto, e dois palestinos ficaram feridos.
Os palestinos acreditam que o equipamento de escuta foi instalado antes da criação da Autoridade Nacional Palestina. Israel se recusou a comentar o assunto.

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