São Paulo, segunda-feira, 2 de setembro de 1996
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Violência; Ofensa aos fiscais; Irregularidades na Capes; Censura; Condenação antecipada; Falsidade eleitoral; Manifestações na Paulista; A polêmica do pró-álcool; Barbárie

Violência
"O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ vem hipotecar seu apoio e solidariedade às posições tomadas pelos leitores Paulo Sérgio Pinheiro e padre Fernando Altemeyer Júnior. Muitos são os responsáveis pela onda -cada vez mais crescente- de violência que se abate sobre todos nós, brasileiros.
Entretanto somente pensando nas causas estruturais, que produzem cada vez mais miseráveis e marginalizados, é que poderemos vislumbrar alguma saída democrática, humana e fraterna para a violência em nosso país."
Togo Meirelles Netto, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ (Rio de Janeiro, RJ)
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"Contra a violência, não adianta fazer movimentos como o Reage Rio ou o Reage São Paulo, que só servem para iludir as famílias das vítimas.
Segue o mandamento contra a violência: obrigar o arcebispo d. Paulo Evaristo Arns, associações de direitos humanos, Congresso, empresas, Igreja Católica, lobistas de delinquentes no Congresso e na Câmara, políticos e traficantes a ajudarem as polícias a fazer suas respectivas obrigações. Isso porque quem cala consente."
Mateus Schwarz (São Paulo, SP)
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"O brutal assassinato de jovens da classe média acabou resultando no aumento de dez pontos percentuais das intenções de voto para o candidato a prefeito de São Paulo Celso Pitta (PPB).
Não me lembro, na história recente, de a morte ter rendido dividendos políticos tão grandes e tão depressa. Só o fato de o candidato capitalizar a morte tão bem já deveria nos dar calafrios. Mas quem ainda se importa com isso?"
Laymert Garcia dos Santos (Campinas, SP)

Ofensa aos fiscais
"A propósito de fazer uma crítica liberal à reforma da Previdência, em seu artigo 'O ovo de Pinochet' (11/8), o deputado Roberto Campos desfila a antiga fieira de argumentos que sempre caracterizou seu discurso antiestatal e, de quebra, ofende o corpo de fiscais do ministério, nos classificando grosseiramente como profissionais da rapina.
O sr. Campos, além de nos ofender, demonstra um desconhecimento primário da realidade dos fiscais da Previdência. O nosso verbo não é 'embolsar', mas 'desembolsar'. Tiramos do próprio bolso dinheiro para comprar notebooks, canetas e até papel, ferramentas básicas de nosso trabalho.
Campos recorre a notícias de jornais para lembrar que 'no INSS há 343 processos contra funcionários acusados de fraudes'. Pois bem, sr. Campos, a Previdência tem 50 mil servidores: 343 representam menos de 0,7% deles.
Trata-se do velho truque de jogar nos ombros do servidor a maior parcela de todos os males que assolam o país. Ninguém pode negar que o Estado precisa ser reformado, modernizado, que o serviço público deve ser aprimorado. Mas o que se faz, inclusive dentro do próprio governo, é jogar pedras e mais pedras e apelar para a mistificação."
Célia Regina dos Santos, presidente do Sindicato dos Fiscais de Contribuições Previdenciárias do Estado de São Paulo -Sindifisp (São Paulo, SP)

Irregularidades na Capes
"Sou mestrando em direito agrário da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em fevereiro deste ano, cortou as bolsas do curso para 'sanar irregularidades', conforme expressão usada pela própria instituição.
Se havia irregularidades da coordenação do mestrado, da pró-reitoria de pesquisa e da pós-graduação da Capes, o curso teria que ser baixado em diligência e não as bolsas serem cortadas."
Marco Aurélio Esteves de Barroso Euricio Alvaro (Rio de Janeiro, RJ)

Censura
"O Apase (Sindicato de Supervisores de Ensino do Magistério Oficial no Estado de São Paulo) aprovou, em assembléia geral extraordinária, no último dia 9, que a categoria repudia qualquer lei ou projeto de lei que vise impor censura à imprensa."
Maria Antonia de O. Vedovato, diretora-presidente da Apase (São Paulo, SP)

Condenação antecipada
"Na Ilustrada de 27/8, na seção dedicada à televisão, havia nota mencionando o 'adiamento do julgamento dos assassinos de Daniella Perez'.
Cumpre lembrar que só poderemos afirmar que são Paula Thomaz e Guilherme de Pádua os 'assassinos' em questão após o referido julgamento.
Afinal, a própria Constituição Federal assegura que 'ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória'."
Luciano Francisco Pacheco do Amaral Neto (São Paulo, SP)

Falsidade eleitoral
"Há pessoas que detestam eleições. Eu até aprecio. Algumas pessoas ficam mais generosas e mais amáveis. Outro dia, uma loira espetacular me deu um abraço acompanhado de um sorriso.
Soube mais tarde que é mulher de um candidato. Nesta época, somos cumprimentados por pessoas que nem sequer conhecemos. Querem saber da nossa saúde, dos nossos filhos, dos nossos problemas. Fazem-nos sentir que somos importantes. É pena que dure pouco. No máximo, até a eleição."
Shigueyuki Yoshikumi (Lins, SP)

Manifestações na Paulista
"Sobre a carta do leitor Kerison Lopes ('Painel do Leitor', 14/8), referente a manifestações na av. Paulista, sabemos que o local tradicionalmente reconhecido é a Praça da Sé. O vereador Miguel Colasuono está de parabéns pela lei. A avenida é lugar de trabalhadores, não de desocupados e baderneiros."
Mario Pereira da Silva (São Paulo, SP)

A polêmica do pró-álcool
"Pró-álcool é uma solução ou um problema para nós, brasileiros? Criticado e massacrado na prática, mas elogiado nos discursos, está sendo imitado por americanos e europeus, que já estão fabricando veículos movidos com 80% de álcool e 20% de gasolina."
Kleber de Santana Sales (General Salgado, SP)

Barbárie
"O artigo de Carlos Alberto Idoeta sobre a tortura em Israel contra os palestinos (26/8) me fez lembrar que, constantemente, Israel tem praticado atos de horror contra um povo sem qualquer apoio internacional e com o silêncio de consentimento do mundo.
Os judeus querem sempre que não se esqueça dos horrores da Segunda Guerra, mas aprenderam com seus antigos algozes e hoje massacram o povo palestino. A história não cooptará com Israel e esse será conhecido como mais um episódio da barbárie humana."
Sergio Maurício Costa da Silva Pinto (Salvador, BA)

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