São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
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Serra vai à Fiesp e se diz a terceira via

Para tucano, dilema PT-Maluf é falso

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, pregou ontem na Fiesp contra o que classifica de "dilema falso" que estaria ocorrendo na eleição municipal.
Para a diretoria e membros da entidade que reúne o empresariado paulista, Serra afirmou que não aceita a redução da disputa ao confronto entre "obras" de Paulo Maluf (PPB) e o "social" do PT.
"A solução é uma política de desenvolvimento", disse Serra, para quem a saída de indústrias da cidade está agravando os problemas.
O candidato tucano acenou com modificações na política tributária da prefeitura, ou seja, redução de impostos, e alterações na lei de zoneamento, a fim de permitir a instalação de indústrias.
Serra começou a campanha como o candidato favorito do grande empresariado paulista, mas também aí Celso Pitta (PPB), candidato do malufismo, está avançando.
A crítica ao malufismo deu o tom das intervenções do tucano. "São Paulo não aguenta mais o padrão de desenvolvimento adotado nos últimos anos", declarou Serra. Ele acha que construir túneis e viadutos não evita congestionamento e questionou ainda o preço de obras de Maluf.
"Tenho um palpite e diria que há muito superfaturamento", afirmou especificamente sobra a construção da avenida Água Espraiada (zona sul).
Serra bateu ainda nos gastos publicitários do governo Maluf. De acordo com o PSDB, aproximadamente 80% do orçamento da Secretaria de Planejamento é destinado a verbas para propaganda.
Cerca de 80 empresários presenciaram o início da palestra do candidato. No final, a platéia reduziu-se à metade.
Bomba
Uma ameaça anônima de bomba fez com que a polícia esvaziasse o prédio em que Serra grava seu programa de TV, na Bela Vista (região central).
O candidato não estava no local e, até o fechamento desta edição, a polícia não havia encontrado bomba na produtora.
O incidente prejudicou a gravação de apoio de algumas personalidades a Serra. O apresentador Gugu Liberato, por exemplo, não pôde dar seu aval para aproveitamento no horário gratuito.

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