São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
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CPI pede explicações sobre falta de PMs

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Assembléia Legislativa de São Paulo ouvirá o comandante do policiamento metropolitano, coronel Elio Proni, e poderá convocar o comandante-geral da PM, coronel Claudionor Lisboa, e o secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, para pedir explicações sobre a carência de policiais no Estado.
A Folha informou ontem que a PM ficou 10,4% menor no Estado de São Paulo em 20 anos, de 1975 a 1995, considerando-se a proporção policial por habitante.
Em 1975 havia um PM para cada grupo de 416,8 cidadãos. No ano passado, essa relação era de um policial para cada 460,3 habitantes -diminuição de 10,4% do número de pessoas protegidas pela PM, que é a responsável pelo policiamento ostensivo.
A ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda, em regiões populosas, que haja um policial para cada 250 pessoas -incluindo-se policiais civis e militares.
Hoje, o Estado de São Paulo tem 73.869 PMs -o que significa uma carência de 14.439 policiais (16,35% de defasagem). O efetivo da PM previsto por lei para este ano é de 88.308 policiais.
O relator da CPI do crime organizado da Assembléia, deputado Elói Pietá (PT), disse que estudos da comissão mostram que há relação entre o aumento da criminalidade e a diminuição do número de policiais, entre outros fatores, como a expansão do tráfico de drogas, por exemplo.
"Nos períodos em que a polícia estava mais aparelhada e com efetivo maior, a taxa de homicídio diminuiu no Estado", afirmou Pietá.
"Nós vamos perguntar ao coronel Elio Proni e provavelmente ao comandante-geral da PM e ao secretário da Segurança Pública que medidas estão sendo adotadas para tentar diminuir a onda de violência em São Paulo, que tem, como uma de suas causas, a diminuição do número de policiais."
A convocação de Claudionor Lisboa e de José Afonso da Silva depende de aprovação da CPI.
Sem previsão
O comandante-geral da PM, Claudionor Lisboa, afirmou ontem não poder estimar em quanto tempo o déficit de policiais poderá ser resolvido. "Esse déficit sempre houve", disse. O governador Mário Covas já anunciou a contratação de 5.000 homens para a PM.
Segundo Lisboa, o atual governo tomou duas medidas com o objetivo de tentar diminuir a defasagem: descentralizou o alistamento e reduziu as exigência para o ingresso na corporação.

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