São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
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Jovem diz que matou 'de bobeira'

DA FOLHA NORTE

Os adolescentes Estevan dos Santos Barbosa, 19, e P.M.M., 17, acusados de matar há três semanas o estudante Valdecir Avanço Sorrila, 18, de São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo), afirmaram em entrevista à Folha que o assassinato foi cometido por "bobeira".
O crime aconteceu na represa municipal da cidade.
Os dois foram presos pela Polícia Civil de Mirassol (455 km a noroeste de São Paulo), na noite de quinta-feira.
P. mora em Rio Preto e Barbosa, em Mirassol.
Sorrila, filho único de um casal de classe média, foi morto com um tiro na cabeça em um bar da represa, onde estava com a namorada.
Barbosa e P. confessaram em depoimento à polícia sua participação no crime, mas divergem quanto à autoria do disparo.
Drogas
Os adolescentes acusados do assassinato afirmaram em entrevista à Folha que estavam drogados no momento do crime.
"Pedi um cigarro. Sorrila falou que não tinha. Quando fui tirar a carteira do bolso dele, P. se aproximou, pôs o revólver na cabeça do rapaz e puxou o gatilho", disse Barbosa.
O adolescente P. afirmou que ele estava guardando a arma usada no crime (calibre 38) para um colega.
"Passei a furtar para poder me vestir melhor. Agora só quero sair dessa encrenca e voltar para perto da minha mãe."
Passado
Barbosa ficou preso dois meses e 15 dias na cadeia de Mirassol no ano passado. Ele foi denunciado pela mãe e flagrado pela polícia com 38 papelotes de cocaína.
"Comecei a fumar maconha aos 14 anos. Passei a furtar para sustentar o vício. Com o tempo, o baseado não me satisfazia mais, e passei para o pó."
Barbosa estudou até a 4ª série. A família é sustentada pela mãe, que trabalha como servente em uma creche municipal em Mirassol.
Agressões
P. disse ter abandonado sua casa por causa das agressões físicas de seu padrasto. A mãe de P. é comerciante.
O delegado do 6º Distrito Policial de Rio Preto, José Mauro Venturelli, 36, pediu a prisão temporária de Barbosa, que vai aguardar julgamento na Cadeia Pública de Rio Preto.
P., que deve ficar sob custódia do Estado por três anos, foi levado à Casa do Menor.

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