São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
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EUA preparam reação contra o Iraque

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os EUA prepararam um plano de ação contra o Iraque, em resposta à invasão do território curdo no norte iraquiano.
O porta-voz do presidente Bill Clinton, Mike McCurry, disse que o governo adotou uma "linha de ação", mas se negou a comentá-la.
A ofensiva americana poderia se dar nos campos militar, econômico ou diplomático.
Segundo as emissoras de TV CNN e MSNBC, a ação seria militar. A CNN disse à noite que bombardeiros B-52 estavam voando da base de Guam (Pacífico) em direção ao Oriente Médio, para realizar possíveis ataques.
A crise continua apesar de autoridades da ONU terem julgado encerrada a operação do Iraque na principal cidade curda do país, Arbil. Os EUA disseram que os iraquianos continuam fazendo incursões nos territórios curdos, inclusive em direção a Suleimania, reduto da oposição curda pró-Irã.
Na manhã de hoje (madrugada no Brasil), o Iraque estaria bombardeando Suleimania e Tchamtchamal. A informação foi dada por um funcionário do Departamento de Defesa dos EUA, que não se identificou. Segundo ele, os iraquianos se preparam para ocupar as cidades.
Os opositores do regime do presidente do Iraque, Saddam Hussein, afirmaram que estão ocorrendo execuções de curdos nas ruas de Arbil. As forças iraquianas estariam ainda cercando a cidade com 270 tanques. Haveria mais de cem mortos e centenas de detidos.
As autoridades da ONU na cidade disseram que Arbil havia sido abandonada pelas tropas do Iraque depois de elas expulsarem seus opositores políticos e colocarem no poder os seus aliados curdos.
Arbil fica ao norte do paralelo 36o, região onde o Iraque é proibido de executar vôos pela ONU. O Iraque promoveu o ataque a Arbil no sábado em apoio ao Partido Democrático do Curdistão. Segundo a oposição, desde então soldados estão matando membros da União Patriótica do Curdistão (oposição ao Partido Democrático).
Os combates entre as duas facções foram retomados em meados de agosto. O Partido Democrático acusou a União Patriótica de estar recebendo apoio do vizinho Irã e pediu ao Iraque a intervenção. A oposição iraquiana diz que há ataques também a Kifri.

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