São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
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BATEU NO TETO?

A mais nova pesquisa do Datafolha sobre a sucessão paulistana permite indagar se o candidato do prefeito Paulo Maluf, Celso Pitta (PPB), não teria chegado ao seu limite máximo de crescimento.
Seu recuo, de 43% para 41%, não pode ser tomado como uma queda, por estar dentro da margem de erro admitida nesse tipo de levantamento. Caracteriza muito mais o que o jargão dos institutos de pesquisa chama de "oscilação negativa".
O que importa, no caso, é a tendência que começa a se delinear, embora ainda de forma incipiente. Nos três mais recentes levantamentos do Datafolha, Pitta não saiu do lugar.
Dos demais candidatos tidos como mais fortes, vale idêntico raciocínio para José Serra (PSDB), mas com sentido inverso. Embora sua ascensão (de 10% para 12%) esteja também na margem de erro, registra oscilações positivas no universo das três pesquisas mais recentes.
Passou de 9% para 10%, chega agora a 12% e consegue um terceiro lugar um pouquinho mais nítido, por livrar três pontos percentuais sobre Francisco Rossi (PDT).
Se esse conjunto de pesquisas de fato estiver indicando uma tendência, a possibilidade de haver um segundo turno em São Paulo é muito forte.
É uma hipótese que obriga, por sua vez, a começar a pensar no que pode acontecer no turno decisivo.
Em tese, a tarefa de Pitta parece fácil. Se 3 de outubro repetir a mais recente pesquisa, o candidato do PPB leva quase 20 pontos de vantagem sobre Luiza Erundina (PT).
Mas todos os especialistas em campanhas eleitorais advertem que segundo turno é sempre uma nova eleição. Mais ainda se uma nova surpresa levar ao turno decisivo um candidato com rejeição inferior à da candidata petista, por exemplo.
Com todas as ressalvas já feitas, e sempre na dependência dos números da próxima pesquisa, há indícios, em todo o caso, de que a palavra final sobre a sucessão paulistana pode ainda não estar dita.

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