São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996 |
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Avanço é pequeno, diz advogado
ROGERIO SCHLEGEL
O advogado diz que, em matéria de patrimônio, o projeto representa ganho pequeno em relação ao reconhecimento que a Justiça já dá às sociedades de fato -quando pessoas não-casadas adquirem bens com esforço conjunto. "Esse tipo de parceria, comum entre homossexuais, é reconhecida pela jurisprudência", disse. Villaça, autor de proposta que inspirou a lei reconhecendo a união estável entre homem e mulher, tem dúvida de que o Brasil esteja pronto para ver a união homossexual como família. Por isso, ele se diz contra o projeto "neste momento". "A proposta da Câmara já é um avanço, apesar do pouco benefício concreto." Villaça ressaltou que o projeto de Marta Suplicy trata do interesse de uma minoria, o que desaconselha plebiscito: "Se toda a sociedade se manifesta, há risco de o interesse de um grupo ser deixado de lado". Preconceito Para a sexóloga Rosely Sayão, 46, o preconceito é provavelmente a melhor explicação para os resultados obtidos na pesquisa Datafolha. "Convivo muito com adolescentes e seus pais e percebo como há muito medo e preconceito sobre o assunto", explica. Ela desconfia que as pessoas associem o reconhecimento de direitos civis à aprovação social de relações entre pessoas do mesmo sexo. A Igreja Católica é contra o projeto da Câmara. "Seria um precedente legal a legitimar algo que é contra a natureza humana e a moral católica", diz o padre Fernando Altemeyer, 39, vigário de comunicação da Diocese de São Paulo. O rabino Henry Sobel, 52, da Congregação Israelita Paulista, diz que a questão é delicada e propõe plebiscito. "Se houvesse, orientaria para que cada um votasse conforme sua consciência", diz. Texto Anterior: Comissão da Câmara deve aprovar projeto Próximo Texto: Não é casamento, alerta autora Índice |
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