São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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BC corrige minibanda cambial em 0,1%

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

O Banco Central (BC) definiu a primeira desvalorização cambial do mês em 0,1%.
Com a correção, o piso da cotação do dólar comercial passou a R$ 1,017 e o teto, a R$ 1,022.
O negócios começaram pressionados na abertura das operações logo pela manhã. As mesas de câmbio já estavam antecipando a possibilidade de intervenção da autoridade monetária.
Quase no encerramento das operações, o BC entrou no mercado realizando leilão de "spread", que definiu a nova minibanda. A estimativa de desvalorização para o mês é de 0,6%.
O anúncio da facilitação por parte do governo do repasse de recursos captados por bancos no exterior para empresas exportadoras não chegou a causar impacto no mercado de câmbio à vista.
A medida foi divulgada quando os mercados já estavam praticamente fechados.
Segundo operadores, essa seria uma forma de compensar a demora da aprovação da desoneração do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) das exportações de produtos básicos.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) poderia ter caído bem mais se acompanhasse apenas o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, que caiu 0,88% ontem.
A notícia que impediu uma queda mais acentuada foi o anúncio da utilização do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na privatização da Vale do Rio Doce.
Os papéis da estatal ficaram entre as maiores altas do Ibovespa. Vale do Rio Doce PN subiu 2%.
Embora bastante atrelada ao mercado externo, o índice Bovespa caiu 0,36%, com 62.540 pontos. O volume financeiro ficou melhor do que o do dia anterior, atingindo R$ 239,3 milhões.
A queda do Dow Jones foi provocada pela alta do juro dos títulos de 30 anos nos Estados Unidos.
O títulos chegaram a bater os 7,17%, recuando para 7,154% no fechamento.
Indicadores sobre pedidos de seguro-desemprego nos EUA, divulgados ontem, foram interpretados pelo mercado como sinalizadores de que o número sobre emprego/desemprego, a ser conhecido hoje, deve mostrar incômodo aquecimento da economia norte-americana.
Se confirmado, a taxa de juro primária nos EUA pode subir.

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