São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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Schwarzenegger faz queima total da realidade

THALES DE MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem acha que cinema só vale a pena com saco de pipoca e gritaria na platéia pode correr para ver "Queima de Arquivo". O novo filme de Arnold Schwarzenegger deixa qualquer compromisso com o verossímil para ser um dos filmes de ação mais delirantes da década.
Arnie faz o papel de John Kruger, um agente do FBI que trabalha no programa de proteção a testemunhas mantido pelo governo.
Quando alguém que depõe num julgamento corre risco de vida, Kruger tem a missão de "apagar" o passado da pessoa e criar para ela uma nova identidade (daí o título original do filme, "Eraser", que significa "apagador").
Quem está com a cabeça a prêmio é Lee Cullen (Vanessa Williams), que ajuda o FBI a provar que uma empresa está vendendo uma nova arma a outros países.
A garota copia as especificações da arma num CD e uma legião de bandidos quer pôr as mãos nele.
Já não bastasse os problemas de Kruger em fugir dos vilões, um de seus melhores amigos, outro agente do programa de proteção (uma grande interpretação do veterano James Caan), acaba se revelando traidor e quer matá-lo.
Para piorar as coisas para Kruger, seus perseguidores têm protótipos da nova arma, espécie de metralhadora que localiza seus alvos por rastreamento de calor e dispara ondas sonoras capazes de explodir uma pessoa. Acerta sempre o alvo e não precisa de munição.
Com uma pistola automática e aqueles músculos que o planeta inteiro conhece, Arnie enfrenta o batalhão de malfeitores numa sucessão de cenas espetaculares. Às vezes, espetaculares demais.
Como exemplo, basta dizer que o personagem principal fica pendurado do lado de fora de um Boeing em pleno vôo, usando apenas as mãos para se agarrar à fuselagem.
Em uma das melhores cenas do filme, Kruger e os bandidos são atacados por crocodilos gigantescos. Em toda a sequência, os bichões são gerados por computador. É a tecnologia de "Jurassic Park", ainda melhorada.
Um dos destaques do filme é a participação de Robert Pastorelli num papel hilariante. Ele interpreta um ex-mafioso pé-de-chinelo que foi "apagado" por Kruger e agora ajuda o agente na missão.
Charles Russell ("O Máskara") dirige uma boa peça de entretenimento. Embora sem conseguir o mesmo nível do impecável "True Lies", de James Cameron, "Queima de Arquivo" vale o ingresso.

Filme: Queima de Arquivo
Direção: Charles Russell
Com: Arnold Schwarzenegger, Vanessa Williams, James Caan, Robert Pastorelli
Onde: estréia hoje, nos cines Marabá, Liberty, Paulista 4 e circuito

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