São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996
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'Grito dos Excluídos' quer reunir 300 mil

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A organização da manifestação "Grito dos Excluídos" espera reunir hoje 300 mil pessoas em 300 cidades para protestar contra a política social do governo.
A manifestação é promovida pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), com o apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), entre outras entidades.
Segundo o assessor do setor pastoral da CNBB, padre Luiz Bassegio, a escolha do Sete de Setembro teve o objetivo de recuperar o "verdadeiro sentido da independência".
As manifestações deverão acontecer em 25 Estados e no Distrito Federal (veja as principais no quadro ao lado).
"Queremos mostrar no Dia da Independência que os excluídos também são patriotas", disse Bassegio.
A maior manifestação deverá acontecer em Aparecida do Norte (SP), onde são esperadas 60 mil pessoas (veja texto abaixo).
Pará
No Pará, será instalado monumento do arquiteto Oscar Niemeyer no cruzamento da Transamazônica com a PA-150, próximo ao local onde 19 sem-terra foram mortos em confronto com a polícia, em abril passado.
O monumento, em homenagem aos sem-terra mortos, é de concreto, tem quatro metros de altura e um desenho em relevo de uma mão empunhando um ancinho. Abaixo, há a inscrição: "A terra também é nossa".
A programação inclui uma passeata com o monumento pelas ruas de Marabá, culto ecumênico no local conhecido como curva do "S", onde houve o massacre, e missa após a instalação do monumento.
O presidente do PT, José Dirceu, e deputados petistas confirmaram a participação na manifestação. Outras celebrações estão previstas no Pará.
Em Belém, o protesto está marcado para o final do desfile militar, com a participação de cerca de cem índios.
O tema do protesto da CNBB é ligado diretamente à questão agrária: "Trabalho e Terra para Viver".
Em Salvador, os organizadores prepararam uma caminhada silenciosa pelo centro da cidade com faixas e cartazes. A manifestação deverá terminar com um culto.
Em Curitiba, os manifestantes preparam um abraço à Câmara Municipal, com lavagem simbólica das escadarias e caminhada até a catedral da cidade.
Este é o segundo ano consecutivo do "Grito dos Excluídos". No ano passado, as críticas também se concentraram na política social do governo FHC.

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