São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996 |
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Falso brilhante
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE Como enredo de novela das oito, a F-1 não se cansa de produzir "finais surpreendentes".A dispensa de Hill, nesta semana, foi mais um exemplo de suspense fabricado, agonia e glória anunciadas. Agonia de Hill que, para alguns, é apenas para inglês ver -já teria fechado com a McLaren. Glória de Frentzen, simpático alemão que fala espanhol e promete resgatar seu duelo histórico com Schumacher. Com semblante grave, Hill afirmou que a história está mal contada e que, infelizmente, foi impedido de falar. O quê? Já está promovendo o futuro livro de memórias? Todo mundo sabe que Hill é um piloto mediano, de grande regularidade, mas que sucumbe sob pressão. O próprio Frank Williams sugeriu isso, em entrevista a um semanário inglês, explicando sua opção por Frentzen. Williams só esqueceu de contar porque não defenestrou Hill no ano passado. Arrisco dizer que Williams sabia ser o campeonato perdido. Poucos poderiam contra o conjunto Schumacher-Briatore. Frentzen deveria ter sido incorporado nesta temporada, mas Ecclestone pediu que ele contratasse Villeneuve. Com Schumacher na Ferrari, Williams ponderou e aceitou a oferta de Ecclestone. Sabia que o bicampeão pouco poderia fazer e deixou Frentzen chocando mais um ano na Sauber. Acredito, ainda, que Hill sabia desde a Austrália que este era seu último ano na equipe. E que provocou todo esse carnaval para assegurar um assento no mínimo razoável para 97. Para completar, Williams assiste agora à disputa particular entre seus dois pilotos. Hill tentando o título que já deveria ser seu e ainda não é por absoluta falta de talento. E Villeneuve tentando provar que é mais do que uma jogada de marketing -a desculpa de ser café-com-leite acaba neste ano, no Japão. Texto Anterior: Anteontem Próximo Texto: Vasser campeão?; Hill campeão?; Gastão tenta o bi; Sincero Piquet Índice |
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