São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996
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2º TURNO À VISTA

Embora sejam reduzidas as variações encontradas pela mais recente pesquisa do Datafolha sobre a sucessão em São Paulo, ela parece reforçar um dado que já se insinuava na anterior: cresce a perspectiva de que a decisão só ocorra no segundo turno.
Conclusão que decorre do que o jargão dos pesquisadores chama de oscilação negativa da candidatura do líder na pesquisa, Celso Pitta (PPB). Ele baixou de 43% em 21-22 de agosto para 41% em 2 de setembro e para 40% no levantamento publicado na edição de hoje.
É claro que esses números podem comportar uma segunda leitura: a de que Pitta não retrocedeu, apenas estagnou a sua posição.
Qualquer que seja a leitura, se se mantiver a tendência detectada nos quatro últimos levantamentos, há boa possibilidade de segundo turno.
Tanto quanto Pitta, está oscilando negativamente a candidata do PT, Luiza Erundina, que caiu de 22% para 21% e, agora, 20%, sempre com a ressalva de que são oscilações dentro da margem de erro.
Nessa comparação de mais longo prazo, a única variação fora da margem de erro é a do senador José Serra (PSDB), que subiu dos 9% de 21-22 de agosto para os 14% atuais.
A diferença entre Serra e Erundina reduziu-se, no período, de 13 pontos percentuais para 6.
Mantidas as tendências apuradas nas quatro pesquisas mais recentes, já não se pode afastar a hipótese de que Serra dispute com Erundina a passagem para o turno final.
Em qualquer dos casos, o ambiente eleitoral terá sofrido uma importante alteração. Até o final do mês passado, a hipótese de Pitta vencer no primeiro turno era tida como provável, ao menos no mundo político.
O simples fato de ser obrigado a uma segunda rodada já muda, para melhor, o ânimo de seu adversário e, para o pior, o seu próprio.
Se for José Serra o adversário, a mudança será muito mais significativa, porque o senador tucano parecia, em meados de agosto, condenado a um desastre eleitoral, bem menos provável agora.

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