São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996
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O tucano mineiro

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Eduardo Azeredo, governador de Minas Gerais, é uma estrela em ascensão no PSDB.
De mansinho, como convém a um mineiro, Azeredo lançou um candidato desconhecido a prefeito de Belo Horizonte. Ninguém dava muita coisa para Amílcar Martins, que beirava o traço nas pesquisas de opinião.
Isso foi há dois meses. Hoje, a história é outra. Amílcar tem chances reais de passar para o segundo turno.
Azeredo conseguiu quebrar o encanto do prefeito petista de BH, Patrus Ananias -que, na realidade, ficou dividido entre apoiar o candidato de seu partido e um outro, o vice-prefeito.
Mesmo tendo sido beneficiado pelo racha petista, Azeredo foi o primeiro governador tucano a apresentar potenciais resultados positivos para a eleição de prefeitos de 3 outubro.
"Ainda é cedo, mas acho que o partido terá um excelente desempenho em Minas", diz o governador. E dá os números que coletou nos últimos dias:
"Em 92, o PSDB elegeu 60 prefeitos em Minas. Hoje, por conta da criação de novos municípios e mudanças partidárias, temos cerca de cem prefeituras. No dia 3 de outubro, disputaremos com candidatos próprios em 479 das 853 cidades do Estado. Sem contar os 126 municípios nos quais o PSDB está com o candidato a vice-prefeito".
Azeredo não quer contar com a vitória antes da hora. O máximo que diz é que o PSDB "vai aumentar" o seu número atual de prefeitos. O plano é, pelo menos, atingir a marca de 200 prefeituras.
Ao contrário de seu vizinho paulista, Mário Covas, que não apóia a reeleição para FHC, Azeredo é um defensor aberto da tese. "Sempre fui a favor. Essa acusação de casuísmo não procede. Casuísmo seria prorrogar o mandato, o que ninguém pede", diz.
Por tudo isso, o governador mineiro emergirá da eleição de outubro fortalecido no establishment tucano, hoje dominado por paulistas e cearenses.
Azeredo, é claro, está gostando e dá um recado para seus antigos caciques: "É bom que o PSDB tenha essa distribuição geográfica maior".

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