São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996
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Rossi pode dar futuro melhor

DA REPORTAGEM LOCAL

Atrás do balcão ou servindo as mesas, Carlos Alberto Ferreira de Sales, 20, é dono de um nome com mais palavras do que aquelas que ele normalmente utiliza para dar suas curtas respostas.
Ele trabalha numa lanchonete do bairro do Rio Pequeno (zona oeste) e é um dos paulistanos que sintetizam os atributos do eleitor de Francisco Rossi, o candidato do PDT à Prefeitura de São Paulo.
Ele de um lado associa o menino de rua à idéia de violência urbana. Diz que, há meses, um grupo de menores tentou assaltá-lo dentro de um ônibus.
"Mas não conseguiram", completa enfático.
Foi há três anos, quando a mãe dele morreu (infecção hospitalar) e ele passou a brigar com frequência com o pai.
Se saísse de casa, viraria um menino de rua.
Carlos Alberto não é evangélico como Rossi. Diz não ligar muito para religião.
Nunca morou em Osasco, não tem memória de Rossi como prefeito daquele município e não se lembrava que Rossi, há dois anos, disputou o segundo turno da eleição a governador.
"Com Rossi a vida melhora?"
"Mais ou menos. Não sei explicar assim", diz ele, vagaroso e quase monossilábico.
Depois acrescenta: "Ele pode dar um futuro melhor para o povo brasileiro."
Seus planos independem da prefeitura. Quer continuar vivendo com o pai viúvo e os quatro irmãos menores e talvez voltar a estudar.
Carlos Alberto deixou a escola na terceira série do primário. "Brigava muito com a professora."

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