São Paulo, quarta-feira, 11 de setembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ciclo aborda criação da arte
CELSO FIORAVANTE
Pena que não estejam traduzidos para o português, o que dificulta ainda mais a compreensão da já complexa produção dos artistas. Um outro problema é que nada que se escreva ou se fale sobre a obra de artistas como Bourgeois (que terá obras na 23ª Bienal, em outubro) ou Long poderá ser tão interessante e instigante quanto a própria produção desses artistas. Guilhotina A francesa radicada nos EUA Louise Bourgeois, 85, por exemplo, aparece em um vídeo de 1993, realizado pouco antes de sua participação na Bienal de Veneza. Nele conta, de maneira absolutamente sincera, algumas das experiências que marcaram sua vida e obra, como a violência psicológica sofrida na infância e a falta que seus amigos fizeram quando ela mudou-se para os EUA. "As pessoas se guilhotinam no interior da própria família. Mas é necessário recriar o passado para que nos livremos dele e a escultura é a única coisa que me liberta", diz a artista, ao citar reflexões sobre a sexualidade infantil, o abandono e a opressão presentes em sua obra. Exemplifica mostrando sua escultura "A Destruição do Pai" (1974). Também esclarecedor é o vídeo de Philip Haas (diretor do filme "Anjos e Insetos") sobre Richard Long, em que o artista britânico percorre o deserto de pedras do Saara e cria ali esculturas e intervenções efêmeras. "Esculturas devem ser maleáveis e complementares", diz Long. Mostra: 3ª Mostra de Vídeos-Documentários Onde: MuBE (r. Alemanha, 221, esquina com av. Europa, tel. 011/881-8611) Programação: hoje, "Louise Bourgeois", de Camille Guichard (1993, 52 min., original em francês); amanhã, "The Mind/Body Problem" (1995, 47 min., em inglês com legendas em francês) e "Work in Progress, Robert Morris: Blind/Time" (1995, 19min., em inglês com legendas em francês), ambos de Terri Wehn Damisch; sexta, "Stones and Flies: Richard Long in the Sahara" (1988, 39 min., original em inglês), de Philip Haas, e "Rebecca Horn" (1993, 44 min., original em francês), de Heinz Petee Schwerfel Horário: sempre às 20h Entrada: grátis Texto Anterior: Diretor quer 'código de ética' para domingo Próximo Texto: I Solisti Veneti toca hoje Verdi, Rossini e Puccini Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |