São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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Policial morre em ação de busca a garoto

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma operação policial para libertar Diego Alex Barbosa Modesto, 5, terminou na morte de um investigador e na prisão de quatro pessoas -duas delas baleadas. Em nove horas de operação, ocorreram dois tiroteios em São Paulo.
O menino, sequestrado na casa dos pais no último dia 8, não havia sido achado até as 18h30 de ontem. Segundo a polícia, um dos acusados confessou fazer parte da quadrilha que sequestrou Diego.
A ação policial começou às 16h de anteontem. Oito homens cercaram um quarteirão da r. Lírios dos Verdes Anos, no Jardim São Savério (zona sul), procurando Jorge Augusto de Oliveira, 33, e de Adnam Bernardino Martins, 26.
Os suspeitos perceberam a ação policial. Martins, que estava em um Apolo com Oliveira, teria arrancado com o carro e furado o cerco. Os policiais foram atrás, e Martins bateu em um poste.
Segundo a polícia, os suspeitos saíram atirando e entraram em uma favela, onde cada um foi para um lado. O investigador Joaquim Francisco Moreira Monteiro, 29, da 2º Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio, foi atrás de Martins.
Tocaia
O acusado teria entrado em uma viela e se escondido em uma reentrância. Quando o policial passou correndo, o acusado teria feito dois disparos com uma pistola calibre 9 mm.
Uma das balas acertou o lado direito do peito do investigador. O tiro perfurou-lhe o pulmão e o fígado. Em seguida, Martins teria tentado correr, mas acabou sendo dominado por outros policiais.
Oliveira também foi detido na favela. Segundo a polícia, ele estava com um revólver calibre 38 com todos os cartuchos usados. "Só assim ele parou de atirar", disse o delegado Marcos Ricardo Parra, 27.
Os dois foram baleados sem gravidade: Martins, no ombro, e Oliveira, de raspão na cabeça. Eles estavam foragidos -estão condenados sob a acusação de homicídio.
Na operação, os policiais também prenderam José Augusto Souza Lima, 30, que estava sendo procurado pela Justiça. Ele também seria suspeito de pertencer à quadrilha dos outros presos e de participar do sequestro.
Na delegacia, Martins teria se comprometido a levar os policiais ao cativeiro do menino. Em vez disso, levou-os a uma boca-de-fumo que pertenceria a uma pessoa que ele suspeitava ser quem o havia denunciado à polícia.
Na rua Afonso Rodrigues Adorno (zona sul), houve novo tiroteio por 40 minutos. Cerca de 25 policiais ficaram sob fogo cruzado dos traficantes. No final, a polícia prendeu Joaquim David de Andrade, 30, que estaria com um pistola.
O investigador foi enterrado ontem. Ele era solteiro e estava havia três anos na polícia.
(MG)

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