São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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Comunidade judaica comemora Ano Novo

DA REPORTAGEM LOCAL

A comunidade judaica comemora hoje o Rosh Hashaná (Ano Novo Judaico). A palavra significa cabeça do ano, em hebraico.
O ano de 5757 começa hoje à noite, no momento em que aparece a primeira estrela.
Calcula-se que vivam hoje em São Paulo cerca de 80 mil judeus.
A data é antecedida por um período de auto-avaliação. Segundo Alberto Milkewitz, 40, diretor da Federação Israelita do Estado de São Paulo, outro nome para o Rosh Hashaná é Yom Hadin (dia do julgamento).
"Passamos por um período em que precisamos pensar no que fizemos de errado e com quem erramos. Depois do Rosh Hashaná temos dez dias para tentar acertar as contas com Deus." No final desse período há o Yom Kippur (dia do perdão), que será no dia 23.
Segundo o professor de cultura judaica do Clube Hebraica Carlos Dimant, 33, o que se comemora no Rosh Hashaná não é exatamente o Ano Novo, mas a criação do mundo por Deus.
Dimant diz que nesta época costuma-se tocar o shofar -espécie de berrante feito com chifre de carneiro. "O objetivo é despertar a atenção do povo para o ano que está nascendo", diz o professor.
Para ele, a idéia do Rosh Hashaná não envolve apenas os judeus. "Os povos devem se unir para que venha uma era messiânica."
Produtos
No Ano Novo é costume comer alimentos doces -como maçã com mel- para garantir um ano doce. Outro hábito é comer cabeça de peixe para evitar "olho gordo", segundo Dimant.
Várias lojas e restaurantes oferecem produtos especiais para a data (veja quadro ao lado).
A Sweet Brazil lançou neste ano novos produtos, como as miniárvores de trufas. A proprietária, Paula de Lima Azevedo, 34, diz ter recebido 150 encomendas.
A rede de franquias PostNet lançou um cartão especial para a data. Foram produzidas 220 unidades, vendidas nas nove lojas da rede. Ainda há 160 em estoque.
A proprietária da Uniline Exclusive, Camilla Cohen Franco, 52, diz que o número de encomendas cresceu 50% em relação ao ano passado. "Muitas não-judeus compram produtos para dar aos amigos judeus", diz.
A doceira Rosa Perlov, 52, faz doces comuns e dietéticos sob encomenda. "Comecei a fazer comidas dietéticas porque tenho uma filha diabética."
O restaurante Cecília estará aberto para entregar encomendas. Haverá produtos disponíveis para venda para quem deixou as compras para a última hora.

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