São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996 |
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Família se diz arrependida da apresentação
IVAN FINOTTI
A mãe adotiva de Rafael, a aposentada Eneldina Nardi, 65, afirma não ter recebido nenhum cachê da Globo. Ela se diz agredida pela exploração da imagem do menino. "Rafael é um garoto muito especial e não precisa de nada disso", disse sua filha Elza Nardi. Após a apresentação, o diretor Carlos Manga desculpou-se publicamente e Fausto Silva declarou que não gostou de "descambar para o popularesco". Elza Nardi desmentiu declarações de Manga de que Rafael costuma fazer shows. "Ele nunca tinha se apresentado antes." Mas a família não culpa a Globo pelo constrangimento. Para eles, foram os jornais que humilharam Rafael ao chamá-lo de aberração e compará-lo ao menino-lobisomem do México, que Gugu Liberato levou ao "Domingo Legal". A família está escondendo Rafael para poupá-lo. Ele não está indo à escola e não pode ser visto nas ruas de São Silvano, bairro onde mora, na periferia de Colatina (ES). O responsável por ter levado Rafael ao "Domingão" é o enfermeiro Sidnei Cardoso, 22. Candidato a vereador em Colatina pelo PSB, ele não foi encontrado até as 12h de ontem para dar declarações. Medindo 87 cm, Rafael tem a síndrome de Seckel, que atrapalha o crescimento e deixa a face da pessoa com as características de um pássaro. Ele nasceu em 1981, pesando meio quilo e medindo 18 cm. Foi abandonado na Casa de Saúde de Colatina, onde Eneldina o conheceu e resolveu criá-lo. Segundo a professora Sedmar Locatelli, do jardim da infância do colégio Carolina Pícher, Rafael tem a idade mental de 3 anos. Texto Anterior: Globo quer conter excessos de Faustão Próximo Texto: 'Povo na TV' mostrou morte no ar Índice |
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