São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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Rússia suspende retirada da Tchetchênia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O comando militar russo na Tchetchênia suspendeu a retirada das tropas da Tchetchênia, que estava acertada em um acordo entre os rebeldes separatistas da região e o general Alexander Lebed.
Lebed, que é o representante de Ieltsin para o conflito, disse que a decisão militar foi "impensada" e prometeu "resolver o assunto".
Segundo o general Viatcheslav Tikhomirov, o comandante russo na região, a retirada não continuaria até que fosse resolvida a questão da troca de prisioneiros.
Lebed, que é militar da reserva e ocupa um cargo político, disse que a retirada deveria continuar e que a questão dos prisioneiros requer mais negociações.
O comando russo e Lebed vêm travando uma disputa desde o mês passado, quando os militares ordenaram que a população de Grozni, a capital da Tchetchênia, deixasse a região e anunciaram um forte ataque à cidade, enquanto Lebed negociava com os rebeldes.
A retirada russa começou oficialmente no domingo, com a saída de 160 homens. O acordo é o passo mais importante já tomado pelos russos para solucionar o conflito desde o início da guerra, em 1994.
A saída de todos os russos não tem data fixa. Pelo acordo firmado entre Lebed e o líder dos separatistas, Aslan Maskhadov, a troca de prisioneiros e cadáveres obedeceria o princípio "todos por todos". O obstáculo é que os russos e tchetchenos duvidam mutuamente das listas de prisioneiros apresentadas. Tikhomirov acusa os tchetchenos de exigir a libertação de presos comuns.
Europa
O Conselho da Europa, órgão que reúne 39 países do continente e tem pouca ação prática, decidiu manter a audiência sobre a situação da Tchetchênia, marcada para dia 23, apesar da ameaça russa de boicotar a próxima sessão da Assembléia Parlamentar da entidade.
A Rússia considera que a participação do líder rebelde Aslan Maskhadov na audiência significa o reconhecimento internacional tácito da independência da Tchetchênia.

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