São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Presidente Geisel morreu aos 88 anos
DA REDAÇÃO O presidente Ernesto Geisel, 88, morreu na última quinta, de parada cardíaca e insuficiência respiratória, no Rio de Janeiro. O general sofria de câncer ósseo.Geisel governou o país de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979 e foi responsável pelo início da abertura política. Quando assumiu a Presidência, o "milagre econômico" chegava ao fim e o apoio político ao governo federal declinava. Geisel traçou uma estratégia para que seu grupo político permanecesse no poder. O plano combinava retomada do crescimento econômico com redemocratização parcial do país -a "distensão lenta, gradual e segura", como ele a denominava. Geisel afastou os oficiais que se opunham à abertura política. Ao mesmo tempo, impediu que a oposição conseguisse a maioria no colégio eleitoral que elegeria seu sucessor. Ingressou no Exército em 1921, participou da Revolução de 1930 e do Movimento Militar de 1964. O general foi enterrado na sexta-feira no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. O presidente Fernando Henrique Cardoso decretou luto oficial de oito dias. Indenizações Na quarta-feira, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, criada pelo governo federal, aprovou por cinco votos a dois o pagamento de indenizações às famílias dos guerrilheiros Carlos Lamarca e Carlos Marighella. Também será indenizada a família de José Campos Barreto, o Zequinha, morto junto com Carlos Lamarca. Com a decisão, chegam a cem o número de indenizações concedidas a familiares de desaparecidos durante o regime militar. Lamarca e Marighella foram mortos em 1971 e 1969, respectivamente. Os argumentos favoráveis às indenizações são que eles foram assassinados em cercos em que o Estado tinha controle da situação e, portanto, poderiam teriam sido presos. No Planalto, o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse que a decisão foi técnica e que "houve falha" na custódia do Estado. Disse, entretanto, que, para o presidente FHC, Lamarca continua sendo um desertor. "O Exército reafirma que o terrorista Lamarca morreu em combate com as forças legais e que sua figura sempre representará traição, deserção terrorismo e quebra do juramento sagrado de um oficial", afirmou o Ministério do Exército em nota oficial. Texto Anterior: O mistério do desenvolvimento Próximo Texto: QI de ostra e gráficos do Pinel Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |