São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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CBF põe 'na estrada' juízes do ano 2000

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Confederação Brasileira de Futebol começou neste final de semana uma experiência inédita para apressar a renovação do quadro de árbitros do Brasil.
Durante 20 dias, sete juízes-promessa vão viajar pelo Brasil apitando jogos sob a orientação de instrutores. Cada um vai apitar cinco jogos. As despesas com transporte e alimentação serão pagas pelos clubes e pela CBF.
Alguns deles, como o gaúcho Alexandre Barreto, já atuaram na Série A (primeira divisão) do Campeonato Brasileiro. Mas a maioria ainda não.
Ivens Mendes, presidente da Conaf (Comissão Nacional de Arbitragens de Futebol), batizou sua idéia de Curso Intensivo Prático de Arbitragem.
"Não sabemos qual será o resultado. Mas acho que é uma boa tentativa." Segundo ele, ela é motivada pela falta de ação das federações estaduais.
Nesse período, a maioria dos jogos que os juízes-aprendizes apitarão faz parte do Campeonato Brasileiro da Série C (terceira divisão), mas também há alguns das séries B (segunda) e A.
Os que forem aprovados passarão ainda este ano a apitar na Série A e se tornarão candidatos naturais às vagas de aspirante ao quadro da Fifa nos próximos anos.
Se a experiência for um sucesso, ela será repetida no Brasileiro do ano que vem.
Apesar de ser de Franca (SP), Mendes não selecionou nenhum paulista (leia texto abaixo). Nenhum Estado tem mais do que um.
Segundo o presidente da Conaf, a maioria dos aprendizes veio de onde há "as melhores escolas de arbitragem".
Fera
As maiores surpresas são Giuliano Bozzano, 19 (leia texto ao lado) e Marco Café, do Acre. "Esse, eu não conheço, mas muita gente me diz que é uma fera."
A maior inovação está na presença dos instrutores -todos ex-juízes, nenhum ex-Fifa, que ainda trabalham de alguma forma com arbitragem.
"Eles vão ensinar desde como preencher direito um relatório até como corrigir erros técnicos."
Uma das funções desses "tutores" é arrumar VTs dos jogos e discutir a arbitragem com o seu "trainee".
Mendes já prevê críticas a essa experiência. "Vai ter reclamação de todo tipo. Por que não convoquei fulano, por que pus um juiz assim em tal jogo, e assim por diante."
Acertou antes do que previa. Já na última sexta-feira, um dirigente pernambucano reclamava pelo telefone por que teria que pagar mais pela viagem do juiz Antonio Abreu Nascimento (CE), que ontem apitaria Sport x Fluminense.

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